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"Amor à vida": uma boa novela com ingredientes para prender o telespectador

Walcyr Carrasco coloca uma trama eclética com diferentes situações, entrechos desnecessários e muita ousadia

Televisão  –  10/06/2013 21:49

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(Fotos: Divulgação)

Dando show: A "bicha má", papel interpretado por Mateus Solano, é o destaque da novela das 21h

Olá, galera. Em apenas quatro semanas de exibição, "Amor à vida" aos poucos mostra-se uma boa novela com ingredientes necessários para prender o telespectador por sete meses a fio e se tornar um sucesso, embora alguns deslizes e outros clichês que a trama vem sofrendo. Substituir a mal sucedida "Salve Jorge" no horário das 21h pode ser uma tarefa complicada, já que o público espera um outro fenômeno calcada na incansavelmente citada e lembrada "Avenida Brasil". Walcyr Carrasco, autor titular do atual carro-chefe da Globo, não se intimida perante as críticas e comentários maldosos nas redes sociais sobre a nova história e admite a responsabilidade em agradar gregos e troianos. Carrasco apresenta uma boa narrativa com personagens fortes, densos e excessivamente caricatos. No seu primeiro texto para o horário nobre, o novelista coloca uma trama eclética com diferentes situações, entrechos desnecessários e muita ousadia. 

Os muitos defeitos apontados pelo público

# O tema de abertura interpretado pelo cantor Daniel. A música em questão é de autoria de Gonzaguinha, mas não impactou na voz do sertanejo. A emissora providenciou mudanças sobretudo nos créditos dos atores.

# Os melodramas exagerados nas cenas do parto de Paloma (Paolla Oliveira).

# Outro motivo de chacota foi o personagem Bruno (Malvino Salvador) ao encontrar o bebê.

# E o grande deslize: ninguém sabia da gravidez da moça, apenas Félix (Mateus Solano).

# A repetição de periguetes nas novelas. A bola da vez é Valdirene (Tatá Werneck). O humor com toque infantil salva as cenas (às vezes). A personagem dará uma reviravolta nos próximos capítulos. 

# O diálogo preconceituoso de César (Antonio Fagundes) sobre a sexualidade do filho em uma das cenas. 

# Os mais variados clichês com um núcleo classe C, ambiente hospitalar (usado nas tramas de Manoel Carlos), cenas e situações inspiradas em filmes e seriados americanos e outras novelas. 

# Texto fraco. Chega a ser constrangedor em algumas falas. 

# Ex-chacretes criticaram a personagem de Elizabeth Savalla por denegrir a imagem das dançarinas. Elas estudam a possibilidade de processar a emissora. 

# As poucas atuações de excelentes atores como Sandra Corveloni, Genézio de Barros, Carolina Kasting, Fernanda Machado, Christiane Tricerri, Rosamaria Murtinho, Bárbara Paz. 

# A música-grude da vez "Piradinha", de Gabriel Valim, afastando a pegajosa "Esse cara sou eu". 

Os aspectos positivos de "Amor à vida"

+ A "bicha má", papel interpretado por Mateus Solano. O criador do Félix afirmou em entrevistas que o personagem promete muitas maldades e por fim diz não temer as críticas sobre o vilão caricato com seus bordões repetitivos. Suas tiradas ferinas são uma atração à parte com o público. O ator encara o vilão como um desafio em sua carreira que virou sucesso absoluto nas redes sociais. A atriz Adriana Esteves o parabenizou pelo trabalho. Mas está longe da arquivilã Carminha. 

+ A atuação de Bruna Linzmeyer como a autista Linda. A atriz promete emocionar nos próximos capítulos. 

+ Muitos elogiaram o ritmo que o folhetim apresenta. A novela traz o estilo dos seriados com ganchos resolvidos no mesmo capítulo sem deixar para o dia posterior. Destaque para ótima fotografia, iluminação e direção. 

+ "Amor à Vida" é bem construída, promissora e um grande autor em suas mãos. Ajustes precisam ser feitos como qualquer trama. Vamos acompanhar as próximas emoções. 

Em tempo

A audiência da primeira semana de “Dona Xepa” desanimou a Record. A trama estreou com 9 pontos, mas foi perdendo audiência durante a semana, chegando a fechar com 6 de média. A emissora precisa de um índice melhor para continuar investindo em "Pecado Mortal", sucessora de "Xepa". Caso contrário, as novas produções podem sofrer cortes de orçamento, motivo esse de grande alarde entre os funcionários.

Abraços, galera. 

> Fontes: Blog do Assis Filho, Jornal O Globo, RD1

Personagens do Dia 

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Maria de Fátima e Raquel Aciolli (Glória Pires e Regina Duarte) em "Vale tudo" (1988/89)

Por Albinno Oliveira Grecco  –  albinnooliveira@hotmail.com

4 Comentários

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  • Juliano Todesco

    Hoje em agosto a novela ja e campea de audiencia. Mais estou aqui para escrever minha opiniao em relacao a essa materia que foi magnifica. Nao quero fazer comentarios negativos, mas quero muito ressaltar que a cena da descoberta da homossexualidade de Felix atraves da Edith foi excepcional, Walcyr Carrasco acertou de primeira. So me pergunto se o personagem de Mateus Solano e mesmo o personagem adequado para se tratar de um assunto polemico e ao mesmo tempo tao delicado. Felix e o vilao da novela que comete enormes atrocidades e ao mesmo tempo sente na pele o preconceito em relacao a sua sexualidade. Dai esses preconceitos sofridos pelo personagem vem como um castigo. Acho que ele nao seria o personagem correto pra sofrer esses preconceitos de forma que os telespectadores iriam acabar achando o preconceito como algo positivo pelas atrocidades cometidas por Felix e nao e isso que os autores de novela querem passar para a sociedade. Todos querem acabar com o preconceito atraves das telenovelas. Ja Walcyr vem colocando o preconceito q Felix sofre como um castigo ao personagem. Espero que Felix pague na novela pelas suas maldades sim mais nao atraves do preconceito. Esse nem mesmo um personagem que comete o que esse personagem comete merece sofrer. Ainda acredito numa falta de conexao entre as maldades de Felix e o preconceito que ele sofre em relacao a seu pai. E so Albinno, espero que goste dos comentarios.

  • Nara

    Sempre adoro a leitura que vc faz Albinno!

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