(Fotos: Divulgação)
“Fera radical” faz sucesso no Canal Viva
Publicada: 12/06/2017 (20:04:33)
Atualizada: 19/06/2017 (18:39:31)
Olá, galera!
Novela boa é novela antiga. Prova disso é a enorme repercussão com a volta de “Fera radical” no Canal Viva. Exibida originalmente em 1988, a trama de Walther Negrão narra a história de Cláudia (Malu Mader), que volta à cidade natal disposta a vingar a morte de seus pais.
Até aí tudo bem. O enredo é simples e sem pretensões. Assim como os folhetins antigos, “Fera radical” segue a máxima: A novela certa na década certa. Se fosse hoje, certamente não sairia do papel. Ou então seria quadrada demais aos moldes do politicamente correto que prejudica a TV em tempos de uma censura às avessas. Hoje a coluna “Fique de Olho” aborda essa espinhosa e pertinente questão.
É notável a preferência dessas tramas a recentes histórias. Porém há uma contradição. A verdade é que as pessoas encaretaram diante da tela. Muitos torcem o nariz para as novas atrações e enaltecem as tramas antigas. As novelas “Tieta”, “Por amor” e outras já exibidas no canal por assinatura recebem vários elogios nas redes sociais.
Cabe a discussão: Por que as novelas antigas atraem os telespectadores?
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Atualmente a teledramaturgia brasileira padece por conta da incansável patrulha do politicamente correto, limitando e castrando a criatividade dos autores e roteiristas. O fato é um só! Vivemos tempos de total encaretamento televisivo.
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Comportamentos, assuntos tabus, situações, bebidas, cigarros etc. Tudo era mostrado sem restrições e ninguém reclamava. Na busca do politicamente correto certas coisas foram cortadas de nossa grade diária, de nossas novelas, mas nos anos 80/90 cenas de sexo eram mostradas com tanta sutileza e bom gosto que o público nem levava a sério. Hoje qualquer peitinho é duramente criticado, mas a imagem dilacerante de um corpo esticado na rua não. De 2000 pra cá, as telenovelas camuflam a realidade com veemente hipocrisia, idiotizando cada vez mais o telespectador e por muitas vezes podando reflexões pertinentes por parte de quem assiste a uma determinada atração. É curioso saber que boa parte da população prefere as séries americanas; a sensação do momento: os seriados da Netflix, recheados de palavrões, nudez, álcool, drogas e ao mesmo tempo achincalham as novelas brasileiras caindo na esparrela do falso moralismo.
Infelizmente as recentes produções não provocam mais o povo como antes. A liberdade dramatúrgica se esvaziou com o passar dos anos. O que vemos pelas emissoras são caprichadas produções, porém com um texto fraco, palatável e careta para o grande público.
Personagem do Dia
Seu Quiqui (o saudoso Nelson Xavier) na novela “Belíssima” (2005/2006)