(Fotos: Divulgação)
“Na região não existe espaço para música autoral. Mas onde a porta tá fechada a gente arromba. O que eu costumo fazer é abrir espaço com um repertório mesclado entre covers que faço releituras e as músicas autorais”.
“Esse disco é a síntese do meu instinto de sobrevivência que está em dia graças à minha consciência de classe”. O EP “Pra Fazer o que For”, do Kaio Filipe, está disponível nas plataformas digitais. O videoclipe da faixa que dá nome ao disco será lançado no sábado, dia 26 de outubro. Os dois projetos foram realizados com apoio da Lei Paulo Gustavo.
Guitarrista, vocalista, frontman de blues/rock/pop. Influenciado por ícones da música mundial como Jimi Hendrix, Stevie Ray Vaughan, Eric Clapton, BB King, Albert King. Desde 2020 já lançou cinco trabalhos:
1 - O primeiro single, “Filhos Bastardos” (2020), que recebeu o Prêmio OLHO VIVO - Categoria Canção;
2 - Depois veio o EP “Kaio Filipe Blues Band - Ao Vivo no Underground Music Festival” (2022) com seis faixas;
3 - Logo em seguida, foi o single “Pra Fazer o que for” (2022);
4 - Também em 2022, o single “Me Curar não Convém” (2022), que conta com a participação da gaitista curitibana Amanda Ventura;
5 - E, por fim, o EP “Pra Fazer o que For” (2024) com quatro faixas.
Confira a entrevista com Kaio Filipe
Como foi o processo de gravação do EP?
O EP foi gravado no estúdio In The Box Records, que é onde eu faço minhas produções, tanto minhas quanto de outros artistas, e é o nome do selo pelo qual eu assino as produções. Levou cerca de cinco meses pra ficar pronto.
“Pra Fazer o que For”. Por que essa escolha para o nome do EP?
“Pra Fazer o que For” é o nome de um single que já foi lançado, e que fala justamente sobre as contradições enfrentadas pela classe trabalhadora, que em suma maior é composta pela população pobre, negra, periférica e precarizada, e sobre a necessidade da sua organização enquanto classe “Pra Fazer o que For” preciso para combater seu algoz, que é justamente o sistema capitalista e a burguesia enquanto classe dominante.
Você diria que o EP é um disco de protesto? Como você define o conteúdo e o gênero artístico do disco?
É e não é ao mesmo tempo. Dizer ser um disco de protesto faz parecer um episódio solto na minha carreira/história. Mas, na verdade, o que eu costumo dizer é que a caneta escreve o que o coração transborda. E esse disco é a síntese do meu instinto de sobrevivência que está em dia graças à minha consciência de classe. E falar sobre as mazelas que vivemos vai sempre ser necessário até que elas não existam mais. E em termos de gênero musical, o EP tem muitos elementos de rock/blues ainda, mas ele está bem mais amplo, flertando muito com gêneros da cultura hip-hop como o R&B e o rap, e com os ritmos negros norte-americanos no geral, como o soul, jazz, o próprio blues, mas tudo isso sendo condensado com a riqueza da música brasileira.
Faça um faixa a faixa do EP (“Colo”, “Rebelar pra Destruir”, “Que a Terra Seja Nossa”, “Pra Fazer o que For”).
. “Colo” - Fala sobre o quão necessário é o afeto entre seus pares. Já que enquanto classe enfrentamos muitas mazelas em comum, só mesmo sabemos onde dói um no outro e somos capazes de nos abraçarmos para suportar todo esse caminho árduo em busca da emancipação.
. “Rebelar pra Destruir” - É um grito que renega toda essa estrutura do sistema capitalista, deixando claro que ela foi feita para os burgueses extrair nosso sangue e suor. Portanto, não nos serve, não nos cabe.
. “Que a Terra Seja Nossa” - É uma explanação de como foi moldado o tecido social brasileiro. Que é composto por uma herança maldita de uma sociedade escravista, onde os colonizadores repartiram entre si nossas terras e riquezas, e onde os latifúndios de hoje mal se diferem das capitanias hereditárias. E essa música é uma reivindicação por uma reforma agrária radical no Brasil.
. “Pra Fazer o que For” - Aponta novamente para as contradições vividas nesse sistema autoritário ironicamente conhecido como “democracia burguesa”, e aponta para a organização popular enquanto arma para solucionar nossa morte gradual dentro desse sistema.
O caminho para lançar um disco hoje em dia, seja ele um CD ou EP, são as plataformas digitais? Ou ainda há espaço para discos físicos?
Eu enquanto artista independente, por enquanto me restrinjo à distribuição digital. As mídias físicas hoje em dia é mais uma questão de fetiche do que uma real necessidade. Acredito que pode até ser interessante num outro momento, para agregar valor a uma base de fãs já consolidada e tal.
Como está a aceitação do trabalho autoral na região?
Na região não existe espaço para música autoral. Mas onde a porta tá fechada a gente arromba. O que eu costumo fazer é abrir espaço com um repertório mesclado entre covers que faço releituras e as músicas autorais.
Quem é quem no EP
. Guitarra e Voz: Kaio Filipe
. Teclado: Kaio Filipe
. Baixo: Victor Hugo (Varejão)
. Bateria: Kaio Filipe
. Mixagem e Masterização: Kaio Filipe (In The Box Records)
. Arte de Capa: Matheus Moreira Leite
Quem é quem no clipe “Pra Fazer o que For”
. Composição: Kaio Filipe
. Produção: In The Box Records
. Banda:
Voz: Kaio Filipe
Guitarra: Kaio Filipe
Baixo: Victor Hugo (Varejão)
Bateria: Sidinei Ferreira Junior
Teclados: Kaio Filipe
. Roteiro: Kaio Filipe
. Direção: Matheus Moreira Leite
. Câmera 1: Matheus Moreira Leite
. Câmera 2: Lucas Gonçalves
. Câmera 3: Caroline Zamborlini
. Intérprete de Libras: Italo Iagonina
. Edição: Kaio Filipe (In The Box Records)
. Um grande agradecimento aos envolvidos na produção e execução do Capivale Festival:
Matheus Moreira Leite
Lucas Gonçalves
Caroline Zamborlini
Victor Hugo Louzada
Zamiliano
Cleiton dos Santos
Paulo Cardoso
Daniel Braga
Paulo Henrique
Matheus Gabriel
Robson
. Aos artistas envolvidos:
Low MC
TCJ
Ca1n MC
Daniel Khalifa
Ksla
Everyday
BrunãoDubass
Aguafriano
> Contatos com Kaio Filipe: e-mail contatokaiofilipe@gmail.com | shows (24) 99984-2531 | YouTube | Spotify | Demais plataformas de streaming