(Foto: Divulgação)

Moeda Paralela é Bruno Oliveira (bateria), Sandro Messias (baixo), Carlos Máximo (guitarras), Ângelo Miguel (voz e gaita); no acústico: Bruno Oliveira (cajón), Sandro Messias (baixolão), Carlos Máximo (violão), Ângelo Miguel (voz e gaita) 

 

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“Gostar é mais que ter / não faça apenas o que é melhor para você”. A Moeda Paralela escolheu a canção “Primeira pessoa” para ser o novo single da banda. O vídeo foi gravado ao vivo em versão acústica (Ângelo Miguel - voz e gaita, Carlos Máximo - violão, Bruno Oliveira - cajón, Sandro Messias - baixolão), durante apresentação no Estúdio Panorâmico da Rádio Costazul FM, em Angra dos Reis, no dia 29 de fevereiro de 2020. Detalhe: a canção faz parte do EP “¿Progresso?”, lançado em 2018. 

- A escolha de "Primeira pessoa" como single de 2020 é porque a consideramos uma das grandes canções do nosso repertório. Ela é atemporal e com potencial de levar uma mensagem importante às pessoas num momento tão difícil e complexo pelo qual o mundo está passando. Que precisamos pensar no próximo e construir uma sociedade mais solidária, amorosa, combatendo o egoísmo que habita em cada um de nós. Além disso, “Primeira pessoa” é uma canção que, esteticamente, ficou muito bem numa versão acústica e mais intimista. Quando surgiu a ideia de selecionar algumas músicas da nossa discografia para regravá-las, ao vivo e no formato acústico, “Primeira pessoa” foi uma escolha unânime entre os integrantes da banda - diz Carlos Máximo, que é o autor da música.

Segundo o violonista da versão acústica da canção, hoje “Primeira pessoa” apresenta uma interpretação mais intensa e com mais envolvimento de toda a banda.

- Com tudo isso refletindo numa apresentação de melhor qualidade. Com o passar do tempo, após o lançamento da versão de estúdio, o carinho de toda a banda por ela cresceu muito. Algumas canções são como bons vinhos: ficam melhores com o tempo. Quando lançamos o nosso segundo álbum foi um momento atípico. A banda passava por alguns problemas e tudo sinalizava para que o EP não fosse gravado, mas decidimos bancar e fizemos - explica.

- Eu precisei gravar, além das guitarras e violões, todos os baixos e outros instrumentos, como ukulele e sintetizador. Nosso vocalista, Ângelo, pôde comparecer em poucas sessões de gravação e muita coisa foi feita na urgência criativa, num único take. Foi uma produção muito intensa e intempestiva que enfrentamos, mas superamos as dificuldades e conseguimos. O resultado está aí e “Primeira pessoa” faz parte dessa história - completa.

Essencialmente, “Primeira pessoa” é uma canção de amor. Mas Carlos Máximo enfatiza que a mensagem da música renasce de acordo com cada ouvinte.

- Num primeiro momento, você acredita que a canção passa uma determinada mensagem, única, mas ela é ressignificada por cada ouvinte, em cada contexto vivido. Uma música, depois de lançada, passa por uma metamorfose, mesmo sem perder a sua essência, se transformando e ampliando o seu significado através do contato com o público. O significado que ela ganha na história de vida de cada pessoa que ouve é ímpar e passa a compor a sua imagem. Quando eu fiz a canção “Primeira pessoa”, há tempos, quis falar, principalmente, sobre o amor para além de um sentimento de posse, é como a canção diz: “gostar é mais que ter / não faça apenas o que é melhor para você”. As pessoas dizem amar o outro, mas pensam muito no amor a partir apenas da sua perspectiva, e isso é mais egoísmo do que amor.

O músico também frisa que “Primeira pessoa” aponta que amor é liberdade e não prisão:

- O amor é doação e não cobrança; o amor é, como o próprio eu lírico da canção diz ser multifacetado, dinâmico e indulgente. O amor é uma invenção diária. Como disse Camões, “o amor é fogo que arde sem se ver”. E é um pouco sobre isso que a canção fala. Um detalhe curioso é o nome da canção, que brinca com a questão da primeira pessoa do discurso da língua portuguesa, representada por Eu e Nós, uma analogia ao antagonismo existente entre individualismo e amor.

Um pouco sobre a Moeda Paralela

O novo rock nacional vem de Angra dos Reis. Moeda Paralela é uma banda independente que aposta no conceito “faça você mesmo”, compondo, gravando e produzindo todos os seus trabalhos e shows. Em 2017, lançou o seu primeiro EP, “Rock caiçara”. Em 2018 foi a vez de “¿Progresso?”. E, em 2019, “Três cores” finalizou a trilogia conceitual. A banda foi formada no final de 2014. Moeda Paralela é Ângelo Miguel (voz e gaita), Carlos Máximo (guitarras), Sandro Messias (baixo) e Bruno Oliveira (bateria). A banda tem três troféus OLHO VIVO: Categoria CD/EP 2017, por "Rock caiçara"; Categoria Banda 2018; e Categoria CD/EP 2019, por "Três cores".

Veja o vídeo de "Primeira pessoa"

Primeira Pessoa

(Carlos Máximo)

Eu sou assim mesmo
Inconstante e transitório
Não faça do amor
Um sentimento contraditório
É impossível enxergar
Quando não se quer ver
Que a linha do horizonte está perto
E que a vida está
Além de "mim e você"
Ou do eu e você
A beleza de um sonho
Com os pés no chão voar
Eu sou como o vento no rosto
As ondas que embalam o mar
Não tente entender
Gostar é mais que ter
Não faça apenas
O que é melhor pra você 

Não faça apenas
O que é melhor pra você
Não faça apenas
O que é melhor pra você
Não faça apenas
O que é melhor pra você
Não faça apenas
O que é melhor... 

Eu sou uma canção
Eu sou a velocidade
Eu sou um furacão
Eu sou as ruas da cidade
Eu sou o seu presente
Eu sou o seu calor
Eu sou o seu melhor perfume
Eu sou o seu amor 

Não faça apenas
O que é melhor pra você
Não faça apenas
O que é melhor pra você
Não faça apenas
O que é melhor pra você

Não faça apenas
O que é melhor para você

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