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Olhar Pop

Cláudio Alcântara

claudioalcantaravr@hotmail.com

Somos Todos Iguais

Leonardo Fontes Ferrera aborda o tema etnias em exposição

Mostra com obras de acrílico pode ser conferida na Galeria de Artes Cílio Bastos, em Volta Redonda

Parabólica  –  09/07/2019 20:53

(Fotos: Divulgação) 

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São 12 telas que falam sobre igualdade e podem ser vistas até 30 de julho, no Espaço Cultural Gacemss

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> Programe-se: Confira o roteiro com algumas exposições que podem ser vistas na região 

“Todos nós somos apenas uma raça. Com suas diferenças e belezas que nos tornam únicos na nossa individualidade, mas que fazem parte da nossa humanidade”. Esse é o conceito básico da exposição “Etnias”, de Leonardo Fontes Ferrera (o L ou L Fontes ou ainda L Ferrera, como ele assina suas obras). A mostra pode ser vista na Galeria de Artes Cílio Bastos, no Gacemss (Grêmio Artístico e Cultural Edundo de Macedo Soares e Silva), em Volta Redonda, até 30 de julho. São 12 telas em acrílico que falam sobre igualdade. Segundo o artista plástico, a ideia é mostrar que, mesmo existindo a diferença das raças, somos todos iguais. 

“Etnias” é a segunda exposição individual de L Ferrera, finalista do Prêmio OLHO VIVO 2019/Categoria Artista Plástico e tatuador. A primeira ocorreu há mais ou menos 17 anos. Ele conta que era muito novo e foi selecionado pela prefeitura para expor no Memorial Zumbi, em Volta Redonda. 

- Agora, depois de tanto tempo, eu estava totalmente imerso na tatuagem, mas aquele desejo de pintar ainda era muito forte. Então, resolvi tentar, e aqui estou novamente. Dá aquele medo, aquela sensação gostosa de projeto, e estou curtindo bastante isso. Esse momento está sendo realmente fantástico. 

O artista plástico já participou de várias exposições coletivas. A mais recente foi com o grupo formado por Adriana Jacob, no Espaço das Artes Zélia Arbex, também em Volta Redonda. 

- Foi uma volta às origens. Eu quero, inclusive, agradecer à minha amiga Adriana, por ter me ajudado nessa volta e me incentivado a participar novamente desse movimento que é tão amplo na nossa cidade - enfatiza. 

Confira a entrevista com Leonardo Fontes Ferrera 

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"É uma tendência forte no mundo que as artes plásticas estejam invadindo a tatuagem e vice-versa. A tatuagem está bem popular socialmente, e essa linguagem já é bem conhecida" 

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As obras foram feitas pensando em uma exposição? Ou a ideia surgiu depois? 

A proposta sempre foi expor e na verdade começou despretensiosamente. Mas sim... Eu tinha o intuito de expor. O tema e a proposta da exposição foram aparecendo conforme eu fui produzindo esse material. A técnica é acrílica e eu fui mesclando diversos conhecimentos adquiridos para compor esse material. Sempre fui muito acadêmico na hora de pintar, e nessa exposição optei por soltar mais minha pintura e tentar novas formas pictóricas. 

Como foi o trabalho de seleção das obras? Você teve uma preocupação com algo em especial? 

A seleção das obras foi bem simples, porque quando foi confirmada a exposição eu já tinha essa preocupação da unidade das obras combinarem totalmente com o conceito temático “Etnias”. Quero mostrar que todos nós somos apenas uma raça. Infelizmente, hoje ainda vemos essa atitude de excluir pessoas em determinados países por conta de sua etnia, de sua raça. 

É possível traçar um paralelo entre a arte de tatuar e a de pintar ou desenhar em telas, papel etc.?   

Sim. Esse conceito da pintura e do desenho e a visão artística hoje já invadem e se mesclam nas artes contemporâneas de uma forma geral. Eu, que sou fã de vários movimentos de arte e estou bem ativo na tatuagem, posso afirmar que essa conceptualização é bem visível hoje também na tatuagem. E é uma tendência forte no mundo que as artes plásticas estejam invadindo a tatuagem e vice-versa. A tatuagem está bem popular socialmente, e essa linguagem já é bem conhecida por grande parte dos jovens, e até mesmo dos mais idosos. Tem atletas e atores tatuados. Até mesmo vemos uma mudança na abordagem da tatuagem hoje em dia, que engloba mais temas e até mesmo um público que ainda era distante dessa arte milenar, mas que hoje ostenta vários desenhos corporais em função dessa mudança de visão da sociedade em relação à nova forma que a tattoo se apresenta também. 

Que avaliação você faz dos espaços para exposições na região? São suficientes? 

Ainda acho que temos aqui o melhor movimento artístico da região. Volta Redonda, principalmente, sempre foi uma cidade apoiadora das artes de uma forma geral. Temos os nossos problemas regionais e, sim, poderíamos ter mais espaços. Mas acho que só os espaços não são o que resolvem o problema do incentivo. Os espaços que temos são ótimos. Mas em vista da situação dos artistas no nosso país eu acredito que a iniciativa privada ajudando e patrocinando exposições e artistas daria esse impulso na arte da nossa cidade. Isso seria muito mais interessante do que a abertura de novos espaços. Iniciativas como a Lei Rouanet hoje em dia já não são tão válidas, devido a não beneficiarem quem realmente deveria ser beneficiado. Infelizmente temos que conviver com essa realidade de artistas que já têm nomes se aproveitando do dinheiro que deveria ser investido em novos artistas, ou até mesmo incentivando a educação de arte para novas gerações. Como não rola de contar com o governo, acho que partindo dos empresários essa iniciativa seria mais eficiente. 

E o público? Prestigia as exposições? O que poderia ser feito para tornar a visitação às exposições um hábito? 

O público no nosso país gosta de arte, no entanto, ainda estamos engatinhando nessa valorização do artista local. Ainda temos aquela premissa de que santo de casa não faz milagre onde ele mora (risos). Isso eu acho que também faz parte desse processo, e ainda vamos desenvolver esse gosto pela arte no Brasil. 

Pretende levar a exposição a outros locais? Projetos. O que vem por aí? 

Pretendo levar essa mostra para outras cidades, já estou em negociação com algumas galerias no Rio para quando acabarmos aqui em Volta Redonda levarmos para ser exposta a mais pessoas.
Meus próximos projetos incluem uma nova exposição, mas tratando de outros temas mais voltados para sociabilização do jovem brasileiro. Conversar mais sobre essa situação que nos envolve, mas também abrir esse debate nas artes, que além de uma forma de expressão é o objeto que o artista usa para ter esse embate com a sociedade. Ainda estou pensando nisso mais distante porque nesse momento a concentração tá voltada mesmo para a exposição “Etnias”.
Gostaria de agradecer seu convite, Cláudio, e convidar a todos para a inauguração da mostra nesta quarta-feira, dia 10 de julho, às 20h. A exposição fica na galeria do Gacemss até o dia 30 de julho. A entrada é franca e foi produzida para a família voltarredondense se deleitar e ver que temos grandes artistas também. 

> Contatos profissionais para encomendar pinturas ou tatuar com Leonardo Fontes: Avenida Oscar de Almeida Gama, 296, Aterrado, Volta Redonda. Telefone: (24) 99984-8620. A Galeria de Artes Cílio Bastos fica no Espaço Cultural Gacemss, Rua 14, nº 22, Vila Santa Cecília, em Volta Redonda. Visitação: das 10 às 18h, de segunda a sexta-feira, exceto feriados.

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Por Cláudio Alcântara  –  claudioalcantaravr@hotmail.com

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