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Dhiogo José Caetano

dhiogocaetano@hotmail.com

Perspectiva Visionária

Uruana - Os pioneiros

Em 1940, havia cerca de 30 casas, em 1946, já contava com 680 delas, com população estimada em três mil habitantes

Pelo Brasil  –  18/08/2025 18:39

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(Foto: Reprodução)

O Cruzeiro em 18 de julho de 1937

 

No ano de 1920 Minas Gerais enviou Bandeirantes, caixeiros viajantes e missionários para desbravar nossas selvas e campos, fincando o Cruzeiro do Cristo nos densos matagais e colinas, concentrando residências, células das cidades goianas.

O mineiro Sr. José Alves Toledo veio para Goiás, fixando residência à margem direita do Rio Uru. O pioneiro, protagonista do feito, que marca a história do povo uruanense, em acordo com a segunda esposa, Dona Ana Parreira Toledo, resolveu dedicar à Paróquia - São Sebastião - a gleba de 10 alqueires de terra, por doação pública, registrada no Cartório do 2º Ofício de Jaraguá, no livro de nº 28, fls. 15v. a 16v., em 20 de janeiro de 1940. Recebeu a doação o vigário de Jaraguá Rev. Pe. Bernardo Stoeker, sendo testemunhas os Srs. Manoel Barba de Siqueira e José Manuel da Silva.

Com uma perspectiva visionária o doador do patrimônio, vencendo os pessimistas, fincou o Cruzeiro marco, esculpido por Joaquim Lopes, conservado, ainda hoje, na praça central, em frente à Igreja Matriz. Sob o sol rachando, entre palmas e cânticos das cerca de 200 pessoas, o Cruzeiro foi fincando no meio do mato. A solenidade deu-se no dia 18 de julho de 1937. O povoado foi assentando com a construção de ranchos de pau a pique, em volta da primeira Capela, construída em 1939, atraindo imigrantes de inúmeras regiões do país.

A convite do fundador Sr. José Alves Toledo, vários parentes, amigos e conhecidos foram informados, através de cartas, para juntos desbravarem estas terras férteis. Impulsionados pelo Movimento Varguista das Bandeiras, com o tema Marcha para o Oeste. “Este fato provocou a procura de colonos de vários Estados brasileiros, também, de outros países. O desenvolvimento regional foi consolidado graças aos esforços do administrador da Colônia, hoje, considerado verdadeiro mito no desbravamento do interior brasileiro” (Seixas, 2016).

As famílias foram se fixando, construindo ranchos em volta da Igrejinha São Sebastião, construídos pelos Srs. João Branquinho e José Novato. Em 1940, a pequena cidade já contava com cerca de 30 casas. E com a construção das estradas federais, ocorreu a ascensão da Região do Vale do São Patrício. A pedido do Sr. José Alves Toledo, o topógrafo e engenheiro Dr. Felicíssimo do Espírito Santo e o engenheiro Dr. Alfredo fizeram o desenho da cidade. Em 1940, havia cerca de 30 casas, em 1946, já contava com 680 delas, com população estimada em três mil habitantes. A rodovia federal, que ligava à Colônia Agrícola Nacional de Goiás (CANG), foi de suma importância para este fenômeno. Inicialmente, Uruana recebia pequenos camponeses que não se fixavam à CANG, pessoas sem posses, na maioria, agregados de fazendas, meeiros e arrendatários que circulavam na região em busca de terras para plantar.

Uruana desenvolvia a todo vapor, muitos de seus desbravadores não conheceram a cidade, tendo infelizmente entrado para a memória dos que lutaram e não sobreviveram a tal feito. O progresso foi tão rápido que ultrapassou a própria cidade de Jaraguá, na ocasião, sede do município ao qual Uruana pertencia, sendo cognominada Princesa do Vale do São Patrício. 

 

Por Dhiogo José Caetano  –  dhiogocaetano@hotmail.com

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