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Dhiogo José Caetano

dhiogocaetano@hotmail.com

Apagando a Identidade

Aquela doença, como se chama? Alzheimer

No século XXI um mal que cresce a cada dia; uma doença degenerativa que nos faz perder o raciocínio

Pelo Brasil  –  20/04/2014 14:43

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(Fotos: Arquivo Pessoal)

Sou funcionário do Cito-Lab, laboratório de análise clínica, há
dez anos e sempre me deparo com pessoas portadoras de Alzheimer
 

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Precisamos ficar atentos aos nossos amigos, tios, pais, avós, em nós mesmos no futuro

Descoberta em 1906 pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer. Há mais de 60 anos este mal vem causando demência. Sou funcionário do Cito-Lab, laboratório de análise clínica, há dez anos e sempre me deparo com pessoas portadoras de Alzheimer. Procuro me colocar no lugar delas e afirmo que viver com esse mal é algo que destrói o físico e a alma. Destruindo por completo a memória, apagando a identidade de seus portadores.

Em uma das minhas coletas em domicílio, deparei-me com uma cena que marcou a minha vida. Ao chegar à casa da paciente o seu marido me conduziu até um quarto que ficava no fim de um corredor. De longe avistei uma cadeira de rodas, um contexto frio, mórbido e triste. Na cama, um ser à espreita da morte, uma mulher que havia morrido em vida. Exilada do convívio com as pessoas, que cruelmente sofreu todos os estágios dessa degenerativa doença. Dos lapsos da memória à depressão, dificuldade com a linguagem, confusão mental, agressividade, aos momentos finais naquele doloroso leito. 

Tratamento precoce retarda o desenvolvimento da doença 

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Alvarinda Barbosa Lagares

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Braz José Pereira

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Cenira de Campos Nogueira

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Maria Correia de Sousa Fia

Precisamos ficar atentos aos nossos amigos, tios, pais, avós, em nós mesmos no futuro, pois o tratamento precoce retarda o desenvolvimento da doença, favorecendo na melhora da memória, na qualidade de vida e de convivência do portador com as pessoas de seu convívio. O marido da minha paciente me disse emocionado que infelizmente ele já havia perdido a sua amada companheira para aquela doença maldita. A doença está em um estágio avançado, bloqueando os processos de evolução para o tratamento.

Perder a lucidez é algo triste, mas ao mesmo tempo é um processo doloroso de redescobrir o presente como um momento único, um contexto de dor, exílio e muito sofrimento. Aquela senhora, naquele quarto, naquele singelo leito, marcou a minha história e se eternizou na minha memória.

Por Dhiogo José Caetano  –  dhiogocaetano@hotmail.com

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