
(Foto: Divulgação)
A obra é costurada com perfeição, entrelaçando a força de Eunice Paiva e a sútil presença de Rubens Paiva, interpretados pelos menestréis Fernanda Torres e Selton Mello
Em um momento de colapso das estruturas, a sociedade caminha para o processo de humanização. Sociedade que acolhe o ter e usa o ser; acende fagulhas de esperança.
Marcelo Rubens Paiva, sensivelmente, traz um olhar vertical da ausência vivenciada na pele e compartilhada com o mundo. Não é só mais um drama, é o grito do silêncio de uma mãe que clama por justiça. Eunice Facciolla Paiva representa o feminino que bravamente resiste às agressões de uma sociedade que lamentavelmente negligencia a dor de mulheres que são violadas emocionalmente, fisicamente, socialmente, etc.
“Ainda Estou Aqui” é uma narrativa que nos leva a múltiplas reflexões, de contextos que trafegam as realidades, desmitificando as lacunas geradas por histórias vividas e abafadas pela indiferença.
Walter Salles, o teu olhar possibilita o resgate da memória e da presença não só de Rubens Paiva, em cada detalhe do filme, esse movimento acolhe a ausência de inúmeros maridos, pais, filhos, que violentamente foram e são roubados da convivência em família.
A obra é costurada com perfeição, entrelaçando a força de Eunice Paiva e a sútil presença de Rubens Paiva, interpretados pelos menestréis Fernanda Torres e Selton Mello.
A verdade tem uma força absoluta que transcende o tempo. A pauta do filme ecoará pelo globo terrestre, tocando a mente, levando os indivíduos ao fenômeno da empatia.
Obrigado à humanidade que, felizmente ou infelizmente, atua e contribui para o despertar da consciência daqueles que desejam ver e compreender as possibilidades.
Ainda estamos aqui, revisitando o passado para não repetir os erros no agora.