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Setembro Roxo

Entenda os impactos da doença de Alzheimer no cérebro

É possível estimular o cérebro ao longo da vida para retardar o aparecimento dos sintomas

Viver bem  –  10/09/2021 17:09

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(Foto: Divulgação)

No dia 22 de setembro o Suepra realiza ao vivo para todo Brasil a terceira edição do “Despertando a Sociedade para a Saúde do Cérebro”. O evento acontece em alusão ao Setembro Roxo - mês de conscientização para o Alzheimer, com palestras sobre o assunto e a presença de vários especialistas que serão transmitidas ao vivo pelo canal oficial do Supera no YouTube. Você pode conferir a partir das 14h30. Para se inscrever, clique aqui.

 

Presente no processo de envelhecimento de muitas famílias brasileiras, as demências e especialmente a doença de Alzheimer ainda são desconhecidas do público em geral, em especial os fatores que levam ao desenvolvimento da doença. Mais comuns entre as demências, a doença de Alzheimer é definida pela Associação Internacional da Doença de Alzheimer como auto degeneração neuronal, ocasionada pelo mal funcionamento das proteínas betamiloide e tau. Quando essas proteínas não funcionam bem, as sinapses - que são a comunicação entre os neurônios -, deixam de funcionar e esses neurônios morrem, a partir desse mal funcionamento. Essa é uma perda irreparável, como lembra Livia Ciacci, mestre em sistemas neuronais do Supera - Ginástica para o cérebro.

- Uma vez instalada, não tem como fazer esse neurônio funcionar de novo. A localização e a intensidade que vão acontecendo essas perdas vão definir os sintomas que o paciente vai perceber - detalhou.  

Contudo, é possível estimular o cérebro ao longo da vida para retardar o aparecimento dos sintomas.

Confira a entrevista com Livia Ciacci

• Qual é a diferença entre as demências e o Alzheimer?

A doença de Alzheimer é caracterizada como um transtorno neurocognitivo maior. Isso porque, diferente de outros transtornos - classificado dentro das categorias leve e moderado -, a doença de Alzheimer causa prejuízo cognitivo maior na vida do paciente, fazendo com que ele tenha uma dependência maior de cuidados.

A doença de Alzheimer é um dos transtornos neurocognitivos maiores. Ela pode levar a uma dependência, tem uma evolução lenta e progressiva, que causa perdas irreparáveis, inclusive essas perdas começam no hipocampo e nas áreas corticais que trazem os sintomas característicos de perda de memória, linguagem, desorientação espacial e dificuldade para resolver problemas.

• Qualquer pessoa pode ter Alzheimer?

Quando o assunto é a doença de Alzheimer, fatores genéticos têm um peso importante, mas especificamente mutações dos cromossomos 14 e 21. Famílias que apresentam essa mutação têm maior probabilidade de passar esse fator aos descendentes e eles desenvolverem a doença de Alzheimer, mas esse não é esse o único fator.

É muito difícil falar em uma causa para a doença de Alzheimer. Ela é uma doença multifatorial, então todo estilo de vida, nível de educação, estilo de alimentação, atividade física, que a pessoa desenvolveu ao longo da vida, isso vai impactar no processo de envelhecimento dela e pode aumentar ou não a chance de ela desenvolver a doença de Alzheimer.

• O que eu posso fazer hoje para não ter Alzheimer?

Como o Alzheimer é uma doença multifatorial, a prevenção também deve ser feita por vários fatores e o primeiro ponto é cuidar da saúde geral do organismo, observando o controle das doenças crônicas - como diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares, hipertensão, sem esquecer da atividade física e alimentação. Uma vez que o corpo está saudável, é importante observar de perto a cognição, utilizando estratégias de treino cognitivo para um resultado positivo que podem retardar o aparecimento dos sintomas da doença.

Uma vez que eu tenho metas em cima de um treino cognitivo, com atividades que envolvem novidade, variedade e grau de desafio crescente, essas atividades estimulam a neuroplasticidade, ou seja, a capacidade do sistema nervoso modificar sua estrutura e função em decorrência dos padrões de experiência. Com a neuroplasticidade sendo estimulada, eu consigo uma reserva cognitiva robusta. Essa reserva contribui para que o cérebro seja mais resistente aos danos de uma possível degeneração da idade ou uma doença.

• Meus pais têm Alzheimer, eu vou ter também?

Ter parentes de primeiro grau com a doença não é exatamente uma sentença. É possível fazer muito pelo cérebro, criando reserva cognitiva e se antecipando a qualquer sintoma que venha a aparecer no futuro.

A estimulação cognitiva ou ginástica para o cérebro não cura ou impede o andamento da doença, mas são uma ferramenta a favor da reserva cognitiva que se forma a partir das vivências feitas ao longo de toda a vida, como por exemplo empregos desafiadores que movimentam dados e favorecem a plasticidade do cérebro.

Ter uma reserva cognitiva robusta favorece com que a plasticidade do cérebro se mantenha mesmo se a doença se manifestar, evitando assim que os sintomas se agravem rapidamente.

• Como os estímulos cognitivos colaboram neste sentido?

A ginástica para o cérebro organiza os estímulos cognitivos. Essa organização de estímulos traz sempre novidade, variedade e grau de desafio crescente, porque não adianta nada quebrar a cabeça em problemas ou desafios, ou colocar o idoso e cobrar que ele seja superdesempenhado em resolver problemas, se o estímulo não estiver no grau de dificuldade correto ou evoluindo.

Desafios fáceis demais não motivam e difíceis demais causam frustração e o objetivo da ginástica para o cérebro é justamente motivar em prol de uma neuroplasticidade que avança com a reserva cognitiva.

• No caso dos idosos, o que é possível fazer para evitar o aparecimento de sintomas de Alzheimer?

Primeiramente: Identificar se você tem na família algum caso ou já passou alguma dificuldade com um familiar com doença de Alzheimer. Se a resposta for sim, é preciso redobrar os cuidados com a saúde e os bons hábitos e nunca parar. Albert Einstein já nos ensinou que a vida se mantém em movimento e não significa que você aposentou e pode ficar a “à toa”. É muito importante nos mantermos ativos e principalmente envolvendo coisas que a gente gosta, mas além das leituras, da convivência social, ter em nossa rotina os treinos cognitivos de atenção, memória, coordenação motora. Tudo isso contribui muito para a agilidade mental, para que você mantenha uma independência, uma autonomia e consiga viver melhores momentos com a sua família até o final da vida.

• Os idosos ficaram muito tempo isolados. Isso pode afetar o cérebro deles de alguma forma contribuindo para o Alzheimer?

Somos seres sociais e dependemos 100% de convivência e a faixa etária dos idosos foi a mais impactada no período de pandemia e isolamento que perdura até hoje. Imagine que este idoso já ficou longe da convivência familiar e sente essa falta. Ele ainda tem insegurança de retornar, porque a vacina não resolveu 100% dos problemas ainda, e todo esse período sozinho pode aumentar muito os casos de ansiedade, depressão e apatia. Isso favorece o quadro de doença de Alzheimer ainda mais se a pessoa já tiver pré-disposição. 

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Por Assessoria de Comunicação  –  contato@olhovivoca.com.br

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