Publicidade

RH

Pensamentos Obsessivos

Entendendo o Transtorno Obsessivo-Compulsivo

Saiba o que acontece com as áreas do cérebro de quem tem TOC, o transtorno em crianças, o comportamento delas, os impactos e o tratamento

Viver bem  –  09/03/2022 10:35

10366

 

(Foto Ilustrativa)

Apesar do TOC ser mais frequente em adultos, a manifestação pode se iniciar na infância

 

Clay Brites

No começo de 2022, pesquisadores da Brown University (EUA) rastrearam sinais cerebrais associados ao Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) pela primeira vez. Esse estudo ainda se encontra em estágios iniciais, mas os especialistas envolvidos relataram que esse é o primeiro passo rumo à compreensão e ao tratamento do transtorno.

O que acontece é que algumas regiões frontais no cérebro de alguém que tem TOC formulam pensamentos que não são a tempo controlados por outras regiões responsáveis por controle de impulsos. Com isso, esses pensamentos acabam sendo julgados como verdadeiros e, sem controle, incentivam a repetição de seus desejos. Evidências de pesquisas mostram pouca ativação dessas regiões e estudos de avaliação de espessura cortical demonstram que essas regiões são mais afiladas e finas quando se comparam com cérebros de pessoas sem TOC.

Apesar do TOC ser mais frequente em adultos, a manifestação pode se iniciar na infância. Dados e relatos de pesquisas têm demonstrado que muitos adultos com TOC já apresentavam sinais do transtorno na infância. Por esse motivo, é de extrema importância que pais, avós, cuidadores e até mesmo educadores estejam atentos para saber identificar possíveis sinais do transtorno em idade precoce, ou seja, antes dos 5 anos de vida.

Crianças com TOC apresentam comportamentos que são resultados de pensamentos obsessivos, ou seja, imaginam uma situação anormal onde um fato pode desencadear outro e passam a acreditar que devem acontecer senão algo de muito ruim pode surgir levando a uma enorme ansiedade e sensação constante de insegurança. Há também a presença de ações compulsivas onde elas têm que repetir movimentos ou procedimentos para sentirem bem e aliviados.

Costumam ser excessivamente preocupadas, imaginam as coisas de forma pessimista, irritam-se quando a perfeição não se cumpre ou se desfaz, têm mania de organização sem uma finalidade prática, possuem aversão anormal por tipos de vestimentas, comidas, limpeza, disposição de objetos.

O TOC impacta a vida da criança ou jovem por causa das alterações bruscas de humor, teimosia excessiva, crises de medo e insegurança, pensamentos frequentes de morte e de perdas, manias alimentares, de organização e de limpeza excessivas, além da baixa autoestima.  Podem assim restringir o contato dos pais com outras pessoas, desestimular visitas em casa, sofrer com o isolamento dos amigos na escola.

Em casos assim, deve ser iniciado o tratamento o quanto antes. Mesmo que a condição seja carregada para a vida toda, esse jovem vai sofrer menos ao aprender como lidar mais cedo com o transtorno. O TOC deve ser enfrentado por meio de terapias comportamentais e de manejo parental onde os pais e a escola devem ser orientados como lidar e proceder no cotidiano. Podem ser utilizadas medicações em alguns casos e circunstâncias.

> Clay Brites é pediatra e neurologista infantil (Pediatrician and Child Neurologist); doutor em ciências médicas/Unicamp (PhD on Medical Science); integrante da Abenepi-PR e SBP (Titular Member of Pediatric Brazilian Society); Speaker of Neurosaber Institute. 

________________________________________________________

Por Assessoria de Comunicação  –  contato@olhovivoca.com.br

Seja o primeiro a comentar

×

×

×