(Foto: Divulgação)
Andrés Parra foi escolhido para ser o protagonista, por ser muito semelhante a Pablo Escobar
A série "Pablo Escobar: O senhor do tráfico" ou "Pablo Escobar: El patróndel mal", maior produção televisiva da história da Colômbia, já foi exibida em cerca de 20 países. No Brasil entrou na programação do canal +Globosat em 15 de setembro. Com 74 episódios vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 21h. Pablo Escobar, morto há quase 21 anos, é um grande mito na Colômbia e no mundo. A proposta da série colombiana é contar em detalhes a história do homem que, nas décadas de 70 e 80, comandou o tráfico internacional de drogas e foi um dos mais ricos e temidos do mundo. Em seu país de origem a produção fez grande sucesso. Para se ter uma ideia, o primeiro episódio foi visto por mais de 11 milhões de pessoas. Na Colômbia, por mais incrível que pareça, o traficante tem muitos fãs e admiradores. O Cartel de Medellín, sob seu comando, chegou a controlar 80% do mercado mundial de cocaína. A revista "Forbes" apontou Pablo Escobar como o sétimo homem mais rico do mundo, com uma fortuna de mais de 30 bilhões de dólares.
A série, que estreou na Colômbia em 2012, foi criada por Juana Uribe e Camilo Cano. Juana e Camilo têm suas histórias de vida marcadas indiretamente pela crueldade de Pablo Escobar. A mãe de Juana, a ativista política Maruja Pachón, foi sequestrada em 1990 a mando do traficante e passou sete meses no cativeiro. Seu tio, o político Luis Carlos Galán, foi assassinado por ele um ano antes. Ambos aparecem na série em algumas cenas. Já Camilo Cano é filho do jornalista Guillermo Cano, que também foi morto por Pablo, em 1986. "Pablo Escobar: O senhor do tráfico" é uma série baseada no livro "La parábola de Pablo", de Alonso Salazar. O livro foi escrito com base em reportagens e depoimentos de pessoas que estiveram envolvidas e conviveram com ele. A direção é de Carlos Moreno, que fez um trabalho primoroso, trabalhando em cima de um roteiro complexo e delicado, onde a personalidade de Pablo Escobar é exposta de maneira contundente e dramática. Em certos momentos a figura do traficante comove e em muitos outros aterroriza e causa indignação pelo desmando e ilicitude sem limites.
Dinheiro ou chumbo
Pablo é suspeito de mandar assassinar pelo menos 10 mil pessoas, entre ministros, juízes, jornalistas, magistrados, entre outros. Sua crueldade era desmedida. Seu bordão "plata o plomo" - dinheiro ou chumbo - significava que quem não aceitasse seu suborno era assassinado. O poderoso chefão do tráfico enviava convites a suas vítimas para seus próprios enterros e elas eram mortas na data marcada no dito convite. Por outro lado, muitos afirmam que ele tinha um lado humanitário e era adorado na cidade de Medellín, onde funcionava o seu cartel. Mas a realidade que vejo é que ele ajudava a população para conseguir apoio e lealdade. Desta forma, ampliava seu poder e influência, que durou por duas décadas.
Tudo isso, e muito mais, é mostrado na série que começa com a infância de Escobar (Andrés Parra), detalha sua vida no crime organizado, mostra sua ascensão impressionante, que sem dúvida interferiu na vida econômica política e social da Colômbia, e finaliza com a sua morte em dezembro de 1993.
Cada capítulo custou 165 mil dólares
O custo médio de cada capítulo da superprodução foi de 165 mil dólares, com a participação de 1.300 atores e 450 locações externas, entre Miami, Caribe, Bogotá e Medellín.
O ator Andrés Parra foi escolhido para ser o protagonista, por ser muito semelhante a Pablo Escobar. Com clima de "BreakingBad" do terceiro mundo a série também tem em seu elenco grandes nomes da televisão colombiana. Alguns críticos afirmaram que a adaptação foi tendenciosa, colocando Pablo como um tipo de herói, adorado pelo povo. A verdade é que ele ainda é considerado uma lenda e sua história sempre desperta o interesse do público. Tanto que o Netflix estreia em 2015 a série "Narcos", que terá Wagner Moura no papel de Pablo Escobar. Com direção de José Padilha essa outra visão da vida do traficante terá 13 episódios. Até a próxima.