(Fotos: Divulgação/Thiago Luz)
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Wesley lança nesta sexta-feira, 17 de junho, na internet, o seu primeiro CD, “Nada que tenha nome”. As canções do álbum estarão disponíveis em todas as plataformas de música.
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Nasceu e vive em Volta Redonda, tendo morado em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Belém do Pará e Santa Catarina. Publicitário por formação, já atuou na área do design e marketing estratégico, atualmente dedica-se mais ao segmento literário: composições musicais, poemas e crônicas para artistas da região. Agora se prepara para o lançamento do seu material autoral, com poesia e músicas voltadas para o regionalismo, assim inicia um novo ciclo em sua vida, sente como se estivesse finalmente tomando o espaço que tanto sonhou, o palco principal de sua vida.
Sempre se dedicou às causas sociais, uma das mais marcantes foi o trabalho no Greenpeace, no qual a bordo de um navio de campanha, o navio My Artic Sunrise, participou de uma expedição até a Amazônia para a luta contra o plantio de soja transgênica e de outras questões locais. Também trabalhou com o auxílio a produtores culturais internacionais que iniciaram projetos no Brasil. Ações sociais locais com comunidades em vulnerabilidade social também tiveram sua participação, como mentor de diversas ações para a produção de conteúdo cultural com o propósito de esclarecimento acerca de questões que envolvem o combate ao tráfico, liberdade religiosa, dentre outras.
Já foi nomeado integrante/representante do Brasil em ações sociais em países Latinos, mas nenhum título com muito mais garbo.
As coisas que mais eleva sua alma são as mais simples, as pequenas coisas que hoje em dia não são tão valorizadas pela pluralização das mídias. Acredita que os valores familiares são aqueles que trazem o engrandecimento aos indivíduos. O conceito de família se modificou e apoia totalmente o novo conceito, família para ele são as pessoas que nos amam, sejam por laços sanguíneos ou afetivos de toda e qualquer espécie. Sua paixão especial também é pela liberdade religiosa, religião é onde sua alma canta, dança e se engrandece cada vez mais. Tudo que quer é que sua poesia seja a voz daqueles que não conseguem mais falar ou que foram silenciados pelos preconceitos.
Desde pequeno sempre ouvia seu avô contar histórias sobre a vida, sobre as árvores, sobre as poesias vindas do campo. Desde então sempre tentou escrever aquilo que sentia. Posteriormente a poesia cotidiana o conquistou e começou a compor pequenas canções. Hoje, a pintura, poesia e o canto lhe conquistam a cada dia mais. Não se considera poeta, literário ou músico, se considera um aprendiz de arte e um simples pensador.
Pode escrever “Aurélios” sobre seus autores prediletos, mas prefere citar alguns que lhe fizeram ser o homem que é hoje em dia, dentre eles, o mestre Ariano Suassuna, José Cândido de Carvalho, Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa e Vinicius de Moraes.
Acredita que a Educação em nosso país precise do apoio adequado para ser mais bem equipada e permitir que o acesso aconteça.
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"Estamos em um dos países mais ricos em segmentos culturais e facetas artísticas do mundo, o que atrai centenas de investidores e turistas de todo o globo. Porém, as políticas desenvolvidas para que isso seja um ciclo contínuo são apenas voltadas para o turismo e não para a educação, a atração que nosso país proporciona é muito mais explorada do que a possibilidade de desenvolver processos educacionais".
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Sente que nosso povo tem muito que ensinar ao mundo, mas também sente que pode ser menos lucrativo mostrar que não temos apenas praias exuberantes.
- Temos um dos povos mais sábios do planeta, essa é uma batalha que sempre existiu, dar fim à política de pão e circo e mostrar a verdadeira capacidade de nosso povo - enfatiza.
Acredita que o acesso à leitura ainda seja um dos meios mais eficazes para a formação intelectual do indivíduo:
- Isso é algo de senso comum, o que é preciso acontecer é a leitura subir o morro, entrar em vielas e becos até encontrar o leitor. Enquanto os livros estiverem disponíveis na biblioteca do bairro ou nas escolas, ainda serão acessados apenas pelos frequentadores. É preciso coragem para remover barreiras, é preciso política pública para facilitar e permitir o encontro dos olhos com as palavras impressas.
Não acredita no poder da palavra frustração. Pelo contrário, acredita ter conseguido inúmeras coisas em sua vida até agora, tem uma declaração de um jovem que disse que voltou a dançar depois de lhe ouvir falando ao microfone. Tem outra declaração de um rapaz que decidiu se dedicar à arte depois de uma pequena conversa com ele em um dia no qual ele estava vivendo um momento delicado de sua vida, não foi o responsável pela mudança em suas vidas, é apenas responsável por estar lá com a bagagem certa no momento adequado. Aprendeu muito mais com eles do que eles podem ter aprendido com ele. São essas vitórias que chama de realizações e cada vez que pensa nisso sorri com todo o coração.
Em sua vida, tudo que faz é plantar um campo de flores para que quando se aproximar do fim da matéria possa vê-las ao seu redor.
Neste inverno inicia um novo ciclo de sua vida, com o lançamento de um trabalho musical autoral, um plano que demorou muito tempo para ser desenvolvido, mas que finalmente ganhou sua forma. Também finaliza projetos que envolvem literatura e cinema, além da reunião de peças escritas e um livro ainda em fase de produção. Empreender na área cultural é um exercício fatigante, sem deixar de lado o aspecto sustentável, apesar de toda a movimentação sempre procura uma nova oportunidade de desenvolver projetos, sejam na área de comunicação ou na área cultural. Às vezes tudo que quer é dormir, mas a comunicação neural é extremamente ativa, só mesmo a poesia não lhe deixa enlouquecer.
Aos novos profissionais que trilham tais veredas diz o seguinte:
- Se você morrer agora, como você será lembrado?
Reza na rua vermelha
(Wesley Faria)
Era tarde, eu me lembro, vela acesa.
Pouca gente esperava na sala.
Pouca comida parava na mesa.
Um barulho de trovão, uns meninos apertavam as mãos,
Cada estalo era o início de outra oração, porque não se pode
terminar oração com barulho de trovão.
Eu, pequeno, sentado e olhando, registrava cada cena,
nem sentia o cheiro da poeira da rua vermelha.
A chuva caía de leve, as calças todas manchadas na beira,
um vermelho-barro-sujo, uns dez chinelos na esteira...
e o cachorro latiu com medo, Dona Nair disse depressa:
"Oh! Menino! Vá ver! Que a reza não pode parar!"
E lá fui eu na chuva e no barro, saltando as poças e tremendo com o barulho dos estalos.
"Corre menino, abra aqui! Não vê que tá chovendo?!"
Eu parei, na verdade não fui eu quem parou, foi o mundo que parou de girar,
só pra ela não se molhar. A água parou de chiar, a tarde parou de cair,
o cachorro parou de latir e o sol paralisou, lá no ar.
O tempo preso na cuia, a reza parada no meio e ela num vestido vermelho,
me olhando na porta da frente.
Eu, besta e sorridente, com o estômago revirado de tanta borboleta
que voava lá dentro, abri o portão e ela passou.
A barra da saia dela lambia o barro do chão, e lá fiquei...
Tentando entender a primeira vez que uma santa chegou atrasada na sua própria oração.