(Foto Ilustrativa)
Nós, seres humanos, somos mais maleáveis do que imaginamos
Já tratei diversas vezes nesta coluna sobre a questão do comportamento. Minha filha de 6 anos é autista e no momento está fazendo terapia ABA, sigla em inglês para Análise Aplicada do Comportamento. A fim de colaborar com seu tratamento, pois é na família que de fato a intervenção funciona, estou estudando ABA. Isso levou-me a seu fundador, Skinner, e seu livro Ciência do Comportamento, uma abordagem científica ao estudo desse fenômeno.
O que mais surpreendeu-me ao estudar o livro é a abordagem restrita que ele faz do comportamento, reduzindo-o a um conjunto de relações de causa e efeito com o meio ambiente. O autor desconsidera uma série de fatores como causa do comportamento, notadamente, os fatores mentais, psíquicos, interiores. O fenômeno pode ser descrito como uma resposta do organismo a estímulos ambientais que podem ser manipulados, alterando assim a resposta do indivíduo.
A partir da descoberta de Skinner, inúmeras aplicações da Ciência do Comportamento têm sido utilizadas para tratamento de transtornos como autismo, Síndrome de Down, distúrbios fonoaudiológicos, etc. Mas não só na área da saúde. No esporte, para treinar atletas; no desenvolvimento humano, como no coach e na programação neurolinguística.
O fato é que é libertador saber que podemos manipular nosso comportamento com disciplina, técnicas e, claro, mente aberta para aceitar as mudanças, não esquecendo as questões éticas, claro. Nós, seres humanos, somos mais maleáveis do que imaginamos. Pensar no modo Gabriela (“Eu nasci assim”) não condiz com nossa natureza e com a mentalidade daqueles que procuram evoluir e crescer, largar velhos hábitos e procurar uma vida mais equilibrada.