(Foto Ilustrativa)
Se somos religiosos ou não, o exemplo de Jesus, a tolerância indiscriminada para com o próximo, o Amor sem limites, o perdão das ofensas, se faz cada vez mais necessário no mundo de hoje tão opressor e julgador
Ao estudar a vida de Jesus, nos deparamos com o Amor e Perdão incondicionais ao próximo, inclusive aos inimigos. Inúmeras são as passagens nas quais o Mestre trata com indulgência adúlteras, ladrões, leprosos, entre outros. Como gesto máximo, temos a crucifixão sem revolta, enfrentando o abandono dos discípulos e as mais torturantes dores do calvário sem questionamentos ou lamúrias. Nosso Mestre deixou-nos mesmo um exemplo digno de ser estudado e imitado, dentro de nossas parcas possibilidades.
Contudo, ao ler o evangelho e rememorar os feitos de Jesus, um comportamento sempre causou-me estranheza: o modo ao qual Ele se referia aos fariseus e saduceus, aos Doutores da Lei, à religião de Israel como estabelecida na época. Contra eles o Mestre foi bastante rigoroso. Não cessava de recriminá-los publicamente afirmando que seus exemplos não deveriam ser seguidos. “Não façam como eles”, dizia o Mestre. Isso causava um nó em meus pensamentos e na minha concepção sobre Jesus que afirmavam tão veementemente o amor ao próximo e perdão das ofensas.
Depois de refletir sobre esse assunto, cheguei à conclusão de que o único pecado que Jesus censurou avidamente foi o da hipocrisia. “Hipócritas”! Não cansava de censurar aos religiosos judeus. De fato, esses crentes pregavam o Reino de Deus, mas praticavam o materialismo das oferendas, do sacrifício exagerado e exaltado no Templo; o julgamento dos erros sem perdão das ofensas; o esquecimento do amor ao próximo que já era preceito desde as antigas escrituras. Enfim, era uma religião sem espírito, totalmente voltada para a carne. Essa hipocrisia Jesus condenou, enquanto os mais diversos delitos Ele perdoou amplamente.
Independente se somos religiosos ou não, o exemplo de Jesus, a tolerância indiscriminada para com o próximo, o Amor sem limites, o perdão das ofensas, se faz cada vez mais necessário no mundo de hoje tão opressor e julgador. Por outro lado, condenar a hipocrisia dos que se julgam fiéis a uma mensagem que muitas vezes não praticam, separando o joio do trigo, também está na ordem dos nossos dias.