(Foto Ilustrativa)
Ser autêntico ainda é a melhor maneira de não se levar por distrações ou por influências que podem voltar-se contra nós mesmos
O idealismo alemão de meados do século XIX, nas figuras de Johann Gottlieb Fichte (1762 - 1814), Friedrich Schelling (1775 - 1854) e Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770 - 1831), inovou o pensamento filosófico com a ideia do reconhecimento, da reciprocidade que existe entre os seres humanos, inaugurando uma realidade nova a ser pesquisada, a realidade social.
Nesse campo de desenvolvimento das atividades humanas, os sujeitos buscam o reconhecimento mútuo de suas ações no tecido social conforme desempenham suas ações. Um ser humano somente vem a ser constituído como tal conforme é reconhecido pelos demais seres humanos no seu entorno.
Não é difícil comprovar essa tese hoje em dia, no século XIX, com suas redes sociais. Estamos constantemente alimentando nossos perfis em busca de likes e comentários, seguidores e visualizações, num mecanismo de busca por reconhecimento e satisfação do nosso Ego.
Mas toda essa estrutura possui uma contraparte. Ao mesmo tempo em que nossa individualidade é confirmada pelo outro por meio do reconhecimento, à medida que o outro afirma sua individualidade, de uma certa maneira ele diminui a nossa. Assim, nesse mercado de afirmação e contrafirmação, negação, estamos eternamente em luta, em concorrência uns com os outros por atenção, por um capital social que nos destaque da maioria. E isso adoece. Estamos sempre em busca por estar em evidência, seja pelo meio que desejarmos: econômico, social, intelectual, religioso, artístico, etc. E essa espiral de insaciedade consume recursos, materiais e emocionais, que são limitados, e que muitos não conseguem administrar.
Viver e conviver ainda é a melhor aventura da vida. Precisamos realizar isso com maturidade e sabedoria. Ser autêntico ainda é a melhor maneira de não se levar por distrações ou por influências que podem voltar-se contra nós mesmos. Já diria Roberto Carlos: “É preciso saber viver”, e os Mutantes complementam, temos que ter cuidado para não “se perder por aí”.