
(Fotos: Divulgação)
“Costumo dizer que com a minha fotografia eu empresto o meu olhar para que as pessoas enxerguem aquilo que vejo e que muitas vezes passa desapercebido do cotidiano”
(Marcelo Soares)
A arte de documentar lugares, culturas e pessoas através da fotografia é um dos ofícios mais belos que o ser humano pode produzir. O fotógrafo Marcelo Soares empresta seu olhar inerente para retratar o cotidiano e as experiências culturais de diferentes regiões e indivíduos.
Desde 2010, Marcelo Soares enxerga na fotografia uma forma natural de expressar seu talento e contribuir para a divulgação e preservação de múltiplas formas de vivência. Como verdadeiros poemas visuais, suas imagens conquistaram o 1º lugar no IX Concurso de Fotografia Brasil dos Reis, realizado em Angra dos Reis, em 2014.
Com forte viés documental, suas fotografias atravessam a imagética do senso comum e são carregadas de significados.
- Costumo dizer que com a minha fotografia eu empresto o meu olhar para que as pessoas enxerguem aquilo que vejo e que muitas vezes passa desapercebido do cotidiano - relata.
O regionalismo, a arquitetura peculiar e a cultura caiçara da Costa Verde são características evidentes do trabalho de Marcelo Soares. Lugares paradisíacos e ricos culturalmente como a Ilha Grande, Angra dos Reis e Paraty; a brasilidade se faz presente e ganha cores, contrastes, formas e texturas por meio de imagens e rostos.
- Costumo fotografar muito essas cidades, sou apaixonado por todas, inclusive tenho uma casa na Ilha Grande e estou sempre em Paraty. São lugares carregados de belas imagens e muitas histórias - conta Soares, que atualmente vive em Angra dos Reis.
Em 2015, ele viajou para a Europa. Ao retornar, resolveu fazer uma exposição individual intitulada "Empresto o Meu Olhar”, exposta na Casa de Cultura de Angra dos Reis. A mostra era composta por 25 fotografias em preto e branco feitas durante a viagem. À época, todo o dinheiro arrecadado com a venda das fotos foi destinado à Associação Pestalozzi de Angra dos Reis, uma instituição sem fins lucrativos e que atua na cidade há mais de cinco décadas.
Em 2024, Marcelo Soares participou da exposição coletiva “Patrimônio Vivo de Angra dos Reis”; onde fotógrafos residentes na cidade expuseram imagens que retratavam o patrimônio histórico-cultural e a arquitetura da cidade. Ao todo, 24 imagens foram escolhidas pela Associação Fotográfica e Cultural de Angra dos Reis (Afocar). Para Soares, a fotografia tem um papel importante na preservação da memória, da história e da cultura de uma sociedade.
- A tendência é que essa memória vai se perdendo ao longo do tempo. A fotografia preserva o processo histórico patrimonial e cultural deixado por um povo - ressalta.
O fotógrafo destaca que a produção dessas imagens funciona como um álbum de fotografia, onde as pessoas conseguem enxergar ascendentes e, com isso, relacionar com a memória e legado de uma comunidade.
- Por isso, a importância de se preservar - acentua Marcelo Soares.
Por intermédio do trabalho de Marcelo Soares, é possível notar a transicionalidade das fotografias, que percorrem culturas, identidades, feições, monumentos e histórias que auxiliam para manter pulsante o passado, o presente, o futuro da belíssima região da Costa Verde.
Instagram: @marcelosoaresphoto