(Fotos 1, 2 e 3: Instagram ABL; Fotos: PoeArt Editora)
Na agradável sexta-feira, 12 de setembro, fomos a mais uma inesquecível missão literária no Rio de Janeiro, prestigiar a concorrida posse do professor, tradutor e poeta Paulo Henriques Britto na Academia Brasileira de Letras (ABL). Ele passa a ocupar a cadeira 30, sucedendo a crítica literária Heloisa Teixeira, que morreu em março. A cerimônia aconteceu na sede da instituição, no Centro da cidade. A solenidade foi aberta pelo jornalista Merval Pereira, presidente da ABL, que na mesa estava acompanhado pelos acadêmicos: Antonio Carlos Secchin, Antônio Torres e Geraldo Carneiro.
O novo acadêmico foi conduzido pela comissão de entrada formada pelos acadêmicos: Ana Maria Machado, Antônio Torres e Edmar Bacha.
A recepção foi feita pelo poeta e letrista Geraldo Carneiro, que leu sonetos de Britto, e destacou a originalidade de sua obra: “Há na obra de Paulo Henriques um projeto de demolição. Ele se ampara nos modelos da tradição e, a um só tempo, promove sua desinvenção e sua reinvenção”.
O colar foi entregue pelo acadêmico Antonio Carlos Secchin; o diploma, pelo acadêmico José Roberto de Castro Neves; e a espada, pelo acadêmico Arnaldo Niskier.
Em seu discurso, Paulo Henriques agradeceu o reconhecimento e ressaltou a importância da conquista: “É muito importante, neste momento da minha trajetória, saber que uma grande instituição cultural dá valor ao meu trabalho”.
Exaltou seus antecessores, em especial Heloisa Teixeira, lembrando a antologia “26 Poetas Hoje”, organizada pela crítica nos anos 1970, quando reuniu autores da chamada poesia marginal:
“Percebi que eu e aqueles poetas tínhamos muito em comum: A sensação de não pertencermos ao mundo a que pertencíamos inevitavelmente, a repulsa aos valores autoritários e conservadores impostos a toda uma nação”.
Após seu discurso pautado com muita propriedade, foi aplaudido e conduzido pela comissão de saída formada pelos acadêmicos: Ruy Castro, Edgard Telles Ribeiro e Miriam Leitão.
Um fato inédito: Pela primeira vez um empossado na ABL usa um fardão que foi de um saudoso integrante, devido a sua amizade com o acadêmico Candido Mendes, a médica Margareth Dalcolmo, sua viúva, ofereceu a vestidura ao novo imortal.
Realmente, foi uma noite agradabilíssima oferecida aos convidados que ali estiveram para prestigiá-lo em sua posse que, no término, se confraternizaram com um delicioso coquetel ao som de músicas que animaram e descontraíram a todos. Apesar de ter participado de outras posses, dessa vez me senti duplamente honrado, além de representar minha PoeArt editora, também estou presidente da Academia Volta-redondense de Letras e tive a prazerosa companhia do professor e poeta Guilherme Tadeu meu confrade na AVL que abaixo deixa seu comentário:
“Ouvir sobre a Academia Brasileira de Letras é trato comum daqueles que respiram e vivem literatura, ainda sim participar de uma posse como honrado convidado é uma experiência singular e agradeço ao Jean por esta preciosa oportunidade. Na estimada noite, tivemos a chance única de deleitarmo-nos com o atencioso, comovente e criterioso discurso de Geraldo Carneiro que conseguiu esboçar, em algumas páginas, a grandiosidade do acadêmico empossado Paulo Henriques Britto. Este, por sua vez, fez um discurso com doses de humor e muita criticalidade fidedigna às trajetórias de seus antecessores. O mais novo acadêmico demonstrou, através de sua potência de ser, a jovialidade que carrega consigo. No tom um pouco mais irreverente, ainda sem perder a timidez e seriedade que lhe são próprias, abrilhantou a noite com suas palavras, presença e gentileza para todos aqueles que se aproximavam como estimados fãs ou ainda alunos seus de tempos de outrora. Entre fotos, músicas animadas e um coquetel saboroso, a noite foi brindada com a presença de pessoas ilustres, acadêmicos e acadêmicas e outras tantas personalidades importantes para a literatura e arte de nosso país, deixando uma marca inapagável no livro de memórias, não apenas o da tão confederada academia, mas também neste coração humilde do escritor e poeta do interior que teve a honra de prestigiá-la. Viva Paulo Henriques. Viva a literatura!”