(Fotos: Jacy Menezes)
O vereador Walmir Vitor de Souza outorgando o Título da Cidadã a Mairde Pereira da Silva
Com certeza, uma noite inesquecível, 18 de julho de 2013, na Câmara Municipal de Volta Redonda. Sessão Solene em celebração aos 59 anos de emancipação político-administrativa do município de Volta Redonda. Minha querida mãe, que sempre foi uma cidadã, recebeu o Título de Cidadã Voltarredondense pelos seus relevantes serviços prestados em favor do engrandecimento da Cidade do Aço. Assim como ela, mais 23 personalidades foram agraciadas com essa importante honraria.
Mairde Pereira da Silva
1953 - Nasce a 6 de outubro, numa terça-feira, no pequeno lugarejo chamado Cachoeira Alegre, pertencente ao município de Santa Margarida* na Zona da Mata mineira. Sendo a caçula de nove irmãos (Deuslinda, Paulo, Manoel, Mário, Idalina, Maria, Maura e Milton), seus pais foram os senhores lavradores de saudosas memórias, Antonio Pereira e Antonia da Silva Moraes.
Apesar de ter tido uma infância simples, com as inúmeras dificuldades inerentes, pelos seus relatos foi prazerosa, a escola distante da roça, a estrada longínqua de terra batida e poeirenta, as brincadeiras, as histórias, a comida típica, as raras lembranças de alguns de nossos antepassados que ficaram e estão registradas lá...
1954 - Em 3 de outubro - um domingo de eleição -, à véspera de seu aniversário de um ano de idade, um triste acontecimento marcou sua vida e a de seus familiares, o seu pai, Antônio Pereira, ao sair de casa para comprar os ingredientes para o seu bolo de um ano, no trajeto, foi surpreendido e assassinado, tinha 39 anos, deixando viúva a Dona Antônia com 33 anos e nove filhos menores pra criar e educar no pequeno distrito de Ribeirão de São Domingos.
Mais um momento de emoção: A agraciada entre familiares e amigos queridos
1966 - Três de seus irmãos seguem para o Rio de Janeiro em busca de oportunidade melhor de trabalho.
1969 - Com sua mãe e mais um irmão, segue também para o Rio, pra morar e trabalhar até se casar, em 15 de julho de 1972, com o comerciante, também mineiro, Fernando Carlos Gomes, passando a chamar-se Mairde da Silva Gomes. Logo após o casamento, vem, com o marido, residir em Volta Redonda, começando, assim, a sua história, a nossa história...Veio como muitos, só com a cara e a coragem, pra enfrentar e vencer as barreiras e as dificuldades da vida. O casal residiu primeiro no bairro Vila Americana, às margens da linha férrea, lugar onde fez grandes e inesquecíveis amizades, tais como com a família do ex-metalúrgicoWalmir Freitas Monteiro, morto aos 27 anos, na greve da CSN de 1988. Na ocasião a dona Mairde foi chamada pela irmã do Walmir para ajudar a reconhecer o corpo.
1975 - Em 11 de março nasce sua primogênita, Ana Paula, dona de casa.
1976 - Em 6 de fevereiro nasce seu segundo filho, Michel, metalúrgico e advogado.
1979 - Em 4 de novembro nasce o seu filho caçula, Jean Carlos, poeta, editor e colunista.
Depois de nove anos residindo ali, em função da desapropriação das margens da linha férrea, a família muda-se para o bairro Belmonte, em março de 1981.
1983 - Torna-se evangélica como grande parte de sua família nos dias atuais. Converte-se na igreja Casa da Benção. Na sequência, também fez parte das seguintes igrejas: Universal do Reino de Deus - Avenida 13 de maio, Retiro, Metodista Wesleyana da 208, Metodista Wesleyana do Belmonte/Padre Josimo, Metodista Wesleyana do Açude I e do Nazareno do Açude. Sempre ativa nas ações em favor do próximo, a agora Irmã Mairde conquistou as pessoas com o seu carisma e jeito comunicativo. Assim, possui uma legião de verdadeiros irmãos, amigos e admiradores. Hoje congrega na igreja Metodista do Brasil do bairro Açude II e participa das atividades da terceira idade.
Em total sintonia: Este colunista, minha mãe Mairde e o vereador Walmir Vitor
1984 - Em 2 de junho, mais um fato triste a marcaria por toda a vida, o seu ex- marido, o Seu Fernando, ao chegar em casa, depois do trabalho, foi assaltado e, ao reagir, acabou sendo baleado dentro do seu quintal. Com esse acontecimento, tiveram que se mudar para Ribeirão de São Domingos (MG), sendo levados pelo seu sogro, Geraldo. Residiram lá por um ano, voltando depois para o mesmo lugar, o bairro Belmonte, tendo agora de trabalhar fora como diarista, sendo empregada doméstica por mais de 20 anos.
1989 - Em 22.1, morre, em Volta Redonda, sua mãe, Antônia da Silva Moraes, aos 67 anos de idade.
1990 - Realiza um sonho antigo: conhece a capital do país, vai a Brasília pela primeira vez em visita à querida irmã Maura Marques, residente lá desde 1969.
É a década de 1990 aquela em que participa com afinco da Amabel (Associação de Moradores do Bairro Belmonte), presidida por seu conterrâneo e amigo Adão Pedro (o Pedrinho), ex-vereador de saudosa memória. Dentre as inúmeras conquistas de que participou e que presenciou na Associação, a ida do ônibus até o ponto final, nas jaqueiras, foi sem sombras de dúvidas para ela a grande vitória. Esse fato deu-se em março de 1993.
1996 - Em 13.1, faz o casamento de sua filha Ana Paula.
1997 - 5.3, momento de grande alegria em sua vida, realiza o sonho de ser avó, nasce-lhe o primeiro neto, Marcos Antônio.
1999 - A 17.4, nasce a sua segunda neta, Mikaela Vitória.
2007 - Em 3.2, nasce a sua neta Maria Eduarda.
2008 - Em 10.7, nasce a sua neta Melissa Vitória. Por motivos pessoais passa um período de dez meses residindo em Alto Caparaó (MG), lugar turístico onde está o Pico da Bandeira, onde fez inúmeras, sinceras e inesquecíveis amizades.
2011- Em 22.7, morre Fernando Carlos Gomes, aos 62 anos, seu ex-marido. Namorando deste janeiro o aposentado Sebastião Pereira dos Santos, carinhosamente conhecido por Tiãozinho, viúvo. Casam-se em 24 de setembro na igreja do Nazareno, ela com 58 anos e ele com 73 anos. Mais uma vez a dona Mairde demonstrou para muitos que pra ser feliz não importa o tempo e a idade.
A vereadora América Tereza, minha mãe e este colunista
Verdadeira Senhora do Destino, empresária do lar, mulher de pulso forte, que não foge à luta, é formada pela Doce Vida Dura e pós-graduada pelas Lidas Constantes e Intermináveis dessa nossa Vida de Contrastes.
Com grande fé em Deus, nunca desistiu da vida, das coisas, das causas e de principalmente de ajudar o próximo.
Adora a natureza, em especial as plantas floríferas e frutíferas, tendo muitas espécies em sua casa, também gosta de animais domésticos.
Às vésperas de completar os seus 60 anos de vida, está sempre pronta para ajudar o próximo em qualquer situação, principalmente quando o assunto é doença...
No muito ou no pouco, nunca diz não, consegue sempre ajudar, dividir ou buscar os meios para que um ato solidário se torne um grande feito humanitário.
Homenagem especial para a minha mãe Mairde
Mulher simples, guerreira por natureza, de sublime valor...
Amiga, espelho que reflete as vivências,
Irmã, tia, avó, a senhora é o máximo...
Realista, determinada naquilo que quer,
Dedicada com as prendas do lar...
Exemplar nos seus deveres e afazeres,
Dinâmica, animada a ajudar o próximo,
Autêntica nas diferentes situações dessa vida...
Singela, serena, sensível,
Insubstituível nas minhas citações,
Luz de brilho irradiante, contagiante...
Valoriza-nos com Carinho e Amor,
Atenciosa, lutadora como muitas mulheres...
Generosa, fenomenal, fantástica,
Orienta, questiona, busca...
Mulher de Voz Ativa nas diversas atitudes,
Exemplo de fé, amor, paz e alegria,
Sensata, é a rosa mais formosa do meu jardim!
Santa Margarida*
Com uma povoação iniciada por Bento de Souza Lima, que, no início do século XIX, vindo de Catas Altas da Noruega, se estabelecendo em terras da Fazenda da Grama, às margens do Ribeirão de São Domingos, deu origem ao atual município de Santa Margarida, emancipado de Matipó em 27 de Dezembro de 1948. Situada em terras montanhosas, com montes e vales em altitudes que variam entre 797 m (foz do córrego de Cachoeira Alegre) e 1.594 m (cabeceira do córrego dos Martins), Santa Margarida é um próspero município com 15.000 habitantes, sendo que mais da metade residindo na zona rural. É grande produtor de café e gêneros de subsistência, além de criação de gado leiteiro e granja. O município encontra-se a 107 Km de Carangola. Faz divisa com os seguintes minicípios: Matipó, Pedra Bonita, Divino e São João do Manhaçu.
Tem relevo marcado por montanhas e trilhas o que possibilita a prática de esportes radicais, turismo rural e direção off-road.