(Foto: Divulgação)
Saudades: Eny Pinheiro morreu aos 88 anos; gaúcha
de Porto Alegre (RS), nascida aos 14 de fevereiro de 1925
Volta Redonda e região perderam mais uma filha ilustre: morreu em 15 de novembro Eny Pinheiro, aos 88 anos. Gaúcha de Porto Alegre (RS), nascida aos 14 de fevereiro de 1925. Residiu em São Paulo, Rio de Janeiro e depois veio para a Cidade do Aço.
Advogada, artista plástica, pianista e poeta. Legou dezenas de quadros, uma de suas grandes paixões, lançou quatro livros de poesia: "Meus sonhos" (2001), "Resgate de amor" (2004), "Retratos da vida" (2005) e "Otimismo sempre" (2007). Participou de obras coletivas e pertenceu às seguintes instituições: Glan (Grêmio Literário de Autores Novos) de Volta Redonda, Grebal (Grêmio Barramansense de Letras), Academias de Letras de Barra Mansa e Volta Redonda e Rotary Club Volta Redonda Oeste. Dentre inúmeras distinções que recebeu, destaco duas, o Título de Cidadã Voltarredondense e Cidadã Pioneira de Volta Redonda.
O encontro com o semelhante
Como disse a grande poeta, e nossa amiga de saudosa memória, Maria José Bulhões Maldonado, Eny acalentava, em seu coração um grande desejo: o encontro com o semelhante. Em todos os atos de sua vida procurou constantemente esse encontro, do livro "Retratos da vida".
Mulher agradável, inteligente, ótima anfitriã. Quando recebia alguém em sua residência, tinha como bom hábito cultural mostrar suas obras de arte, e o melhor, o que realizava a sua alma, tocava piano com uma intimidade e maestria únicas. Realmente um dom de Eny Pinheiro, aliás, traduzido em suas palavras com muita espiritualidade, registrada em seus livros, que ficarão para as gerações futuras. A artista deixou filhos, netos, bisnetos e uma legião de amigos e admiradores que guardarão para sempre o seu exemplo qualificado de humanidade e sensibilidade artística.
Abaixo um texto de Eny que revela a sua zelosa apreciação sobre as circunstâncias da vida.
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O banco do meu jardim*
Quando vejo
O banco do meu jardim,
Lembro-me de que
Ele só existe porque
Sempre me imaginei
Sentados, nós dois,
Conversando coisas sem fim.
Ainda me sobra coragem
Para sonhar, sonhar...
Tenho esperança de que
Ainda, muito haveremos do meu jardim...
Sentados, no banco do meu jardim.
Quanto assunto teremos...
O dia jamais irá terminar...
Seriam assuntos vários
De vidas e mais vidas,
Que juntos já vivemos
Sempre muito unidos,
Porque muito nos queremos.
...Somos almas gêmeas!...
Te amo
*Do livro "Retratos da vida", de 2005