(Foto Ilustrativa)

Chega dia primeiro no calendário e as coloridas luzes acendem, as
árvores ficam mais convidativas para o repouso em suas sombras 

Sempre esperei o mês de dezembro com uma vontade tão explícita de sua aproximação que esquecia até os festejos das datas antecedentes que os outros meses ofereciam. Dia das Crianças? Era religioso com missa destinada à Santa Padroeira do Brasil. Às vezes até me perguntava se era ela quem dava os presentes depois da ida à igreja. Mas não era. Chegavam outros feriados e eles eram os marcadores dos dias que faltavam para o mês que tanto me fazia feliz. E faz até hoje.

Gosto de sentir a transformação no rosto das pessoas nestes 31 dias finais de ciclos, assim me ensinou a sociedade cristã. Chega dia primeiro no calendário e as coloridas luzes acendem, as árvores ficam mais convidativas para o repouso em suas sombras. 

Já observou as ruas? 

Elas têm mais vai e vem de esperanças, a velocidade diminui, passos pequenos para admirar ofertas, presentes expostos nas vitrines que faz lembrar alguma ocasião apropriada, salários extras que ajudam a fazer planos. Comércios faturam. Claro que sim, mas um mimo que seja comprado de última hora nas vésperas do Natal já salvou muitas distâncias emocionais entre pessoas.

Nesta época, passo algumas horas do dia a refletir sobre o que fiz durante o ano. É como se funcionasse o relógio da retrospecção. Fiz planejamentos para a Bienal do Livro em Volta Redonda, e deu certo. Fiz amizades com pessoas inéditas que chegaram e realcei o convívio com as que já estavam. Fiz um roteiro de viagem de apenas quatro dias que se estenderam para oito. E lá fui.

Não vi o Papa, mas fiz festa na Jornada Mundial, batucando para meus irmãos vindos de muito longe para tentar provar que ainda se pode unir Instituições e Deus numa só campanha fraterna. Duvido disso, mas são outros dogmas particulares que não cabem aqui. Mesmo assim, a festa foi linda. 

Escutei histórias lindas de amor 

Muitas histórias que, se pudesse colocaria num livro para quem está aprendendo a ler a vida. Troquei os sonhos que achava que nunca poderiam ser realizados por outros que os tenham vivido. Levei a música mais a sério.

Perdi amigos bons pela lei da natureza e do espanto pela precoce partida, mas minha crença sustenta que tudo mais existe além daqui. Retornaremos.

Dezembro tem dessas coisas: ficamos mais preocupados em nos mostrar sensíveis com a carência alheia. Marcamos presença em instituições ignoradas o ano inteiro recolhemos doações para crianças que julgamos carentes, muitas vezes aqueles que não compartilham de nosso modo de viver é considerado "carente", só que o "coitadismo" já acabou faz tempo e esqueceram de avisar. E ai daquele que se recusar a ajudar por algum motivo que foge à nossa vaidosa compreensão. Já sabe o júri de Big Brother que vai se formar em torno desta recusa, não é? Melhor seguir que atrás vem mais gente.

Se Papai Noel existisse e me perguntasse o que eu queria ganhar, diria que um gênio da lâmpada estaria de bom tamanho para meus desejos. Mas como nenhum dos dois existem, bora tocar a vida e começar tudo de novo, todos os dias com Boas Festas para você, toda Gratidão que possa existir aqui e para sempre.

Amém!