(Fotos: Acervo da poeta e de Jean Carlos Gomes)
Momento marcante da mais pura emoção: Regina com o escritor Affonso Romano de Santana
Regina Vilarinhos nasceu no dia 24 de janeiro de 1964, em Porto Alegre (RS). Veio para Volta Redonda aos 4 meses. É a sétima filha, dos nove filhos do Vilarinhos e da Ignez. Mora em Volta Redonda desde então. Sua família é muito grande. Além de sua filha, Ludmila e seu genro, Gustavo, ainda tem parentes espalhados pelo Brasil. Mais ainda: uma legião de amigos pelos quais tem um amor imenso e que muitos se tornaram especiais demais!
Depois da formação como técnica de informática, foi estudar letras e hoje é ouvidora municipal. Gosta de desafios e de sempre se atualizar sobre a cidade. Participou do Glan (Grêmio Literário de Autores Novos) de Volta Redonda e hoje integra AVL (Academia Voltarredondense de Letras). Sua atividade cultural na cidade se dá por meio dos saraus, desde 2004. Muitas participações em eventos aqui e também em outras cidades, como Barra Mansa, Pinheiral, Resende, Niterói, Valença, Rio de Janeiro e Paraty. Todos sempre levando o Coletivo Poesia em Volta para divulgar a poesia como sua paixão.
Já faz parte da cultura de Volta Redonda
Recebeu em 2008 o título de Cidadã Voltarredondense, pelo então vereador Luiz Soró, e também Homenagem no Dia da Mulher, pela Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), por intermédio do deputado Nelson Gonçalves. Além da literatura, é apaixonada por teatro, música e pelas artes plásticas.
- Muitos de nossos eventos são mesclados com estas expressões artísticas - diz.
Acredita e sempre que pode valoriza, inclui e divulga os talentos de Volta Redonda. Apoia e divulga as ações de incentivo à leitura.
- Gosta muito de doces, cerveja, bom papo, do Botafogo e de uma roda de viola - fala.
Tem personalidade forte, gosta de desafios e não gosta de multidões. Gosta muito de Minas Gerais.
Acha que a poesia é cura! Tem um poema em que fala isso. É a maneira pela qual ela consegue estar em sintonia com as coisas boas, com as pessoas que ama e curte, com a música, com a natureza. Enxerga a poesia como seu tratamento.
Alguns de seus autores prediletos: Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Chico Buarque, Paulo Leminsk, Giovana Damaceno, Anielli Carraro, Giglio...
"Poesia é uma forma de transcender"
Acredita que a poesia é uma forma de poder transcender ao tumulto que vivemos. Como remédio, como fuga, como criação.
- Para esse casamento existir é preciso estar em sintonia com o belo, com as formas tantas de que podemos expressar nossos sentimentos - comenta.
Declara que em 50 anos de vida são muitos os momentos emocionantes e dramáticos que já testemunhou, tanto em questões particulares e também do nosso planeta. Entre muitos, cita dois momentos alegres e difíceis: o dia em que sua filha se formou no nível médio foi muito, muito importante para ela.
- Depois disso, se transformou numa jovem atuante e responsável na vida e me fez muito feliz - enfatiza.
Também no mesmo ano, perdeu o seu pai, seu melhor amigo e um sobrinho. Teve de reunir força, coragem e fé para não desistir de viver, porque sua filha tinha que encontrar nela essa força para amadurecer com tantas mudanças.
O atentado às Torres Gêmeas lhe marcou muito. Naquele dia ela ficou muito apavorada mesmo, achava que o mundo estava acabando. O dia da primeira posse de Lula, como presidente do Brasil, foi muito emocionante, vibrou muito assistindo ao povo comemorando em Brasília e pelo país.
Hoje, se sente mais segura sobre a vida e suas mutações, está mais preparada para certas emoções. Mas sabe que não temos o controle de nada, somos testados a todo o momento. Depois que começou a fazer Reiki, percebeu uma mudança profunda nas suas atitudes. Ficou menos impulsiva do que já era, mas continua determinada.
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Olho no Olho
> Cultura e educação - São complementares, são as propulsoras do conhecimento humano. É preciso estar aberto para o conhecimento sempre. Somos movidos pela busca, pelo desafio, mas também pelo prazer, pela alegria. A literatura faz o elo. Ler e entender as tantas diferenças entre países, línguas, pessoas, sociedades, traz esse prazer, esse conhecimento. Ler, ler e ler. Sempre, para qualquer profissão, arte, modo de vida.
> Livros - Eles permanecem! Eles fazem o encontro com tudo isso! Pela tecnologia, ele evoluiu e alcançou as novas gerações. O livro não morre!
> Teatro - Quando era jovem, queria muito fazer teatro e até hoje tenho esse sonho. Não vejo como frustração, hoje. Busco entender sempre que tem que adiar alguma atividade ou tarefa. Como disse antes, aprendi a ter mais equilíbrio, isso não quer dizer que também não me sinta mal quando as coisas não correm do jeito que desejo.
> Crença - Creio no Deus e na Mãe, que é a força da Terra. Creio na força de vontade de cada ser humano. Creio no bem sempre. Creio na força do Universo físico. Creio na força do espírito sobre o material, unindo a vontade, o desejo. Creio na capacidade de todos em fazer o bem. Creio que somos mais fazedores do bem.
> Amor - É bom demais e sinto que agora é chegado o meu momento.
> Morte - É triste para quem fica, uma dor muito difícil. Não tenho medo da morte, apenas desejo que ainda possa permanecer nesse mundo por mais tempo. Amo a vida e aprendo muito.
> Editar um livro solo - Em 2014 é um projeto que tenho de concluir. Também comecei a fazer um programa de TV, no Way Channel, o "Aroma Cultural", onde entrevista artistas locais. Está sendo uma experiência ótima, nunca tinha feito nada em TV. Estamos muito empolgados com a continuidade do programa durante este ano.
> Mensagem literária - Escrever é exercício, é inspiração e aprendizado. É preciso identificar qual a sua vontade de expressar. Não é uma obrigação mostrar aos outros, mas é uma troca que ajuda muito. E humildade, é um dom.
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Maturidade
As pernas vão pesar para sempre mas, caminharei.
O café será amargo, mas beberei.
E terei sempre à mão um feijão à cozinhar,
um lápis para desenhar, um caderno para riscar.
Botões para coser, vinho pra derramar,
momentos para esquecer,
poesias para ler,
bolinhos para chover,
música para amar, amores para rir.
> Leia também a entrevista concedida à coluna "Sala de Leitura"