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Acredite se Quiser

Crendices populares que pairam no ar

Crenças sempre existirão, ainda que disfarçadas de autoajuda ou qualquer coisa do gênero

Colunistas  –  28/02/2014 20:58

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(Foto Ilustrativa)

Estudar os folclores interiores que nos

acompanham e justificam nossa existência

é duplamente fascinante

 

Leite com manga faz mal, água com açúcar acalma os "nervos", espelhos atraem raios, verrugas nascem nos dedos quando apontamos as estrelas, passar embaixo de escadas dá azar, se varrer os pés de uma pessoa ela não casa. Ao longo do tempo, ouvi essas e mais outras crendices populares que pairavam no ar enquanto tentava desafiar o conceito estabelecido oralmente pelos ditadores de comportamentos. 

Crenças populares sempre existirão, ainda que disfarçadas de autoajuda ou qualquer coisa do gênero. Não nego que o prazer em pesquisar esses mitos para desvendar o que nossa superstição tanto defende e preserva por gerações, é deliciosamente pleno. Melhor ainda: estudar os folclores interiores que nos acompanham e justificam nossa existência é duplamente fascinante. Temos o poder de extinguir uns para dar lugar a outros. 

Continuo a cultuar aquilo que pertence
à verdade que me faz bem acreditar:
 

> Só gosto de manga em estado de suco. Leite pra mim tem sabor de café da manhã que inaugura o dia, fora deste horário sem chance de me fazer bem.
> Não ofereço água com açúcar quando alguém está exaltado perto de mim, ofereço meu silêncio de plateia: dependendo do enredo eu posso aplaudir ou me levantar e ir embora no meio do "espetáculo".
> Espelhos refletem meus medos em dias de tempestade sei que ele vai me dizer que existe mais de um alguém tão preocupada como eu fico, com o volume natural das águas que chegam.
> Não aponto dedos para estrelas, mas sou capaz de ouvi-las em momentos de poesia ou não.
> Escadas não amedrontam quem sabe o momento certo de subir e descer. Acredito no poder da prática do perdão para isolar as células malignas.
> Acredito que a frase "Deus te abençoe" é um mantra poderoso.
> Fechar a boca para exageros verbais emagrece a obesidade mórbida do rancor.
> Escutar o silencioso pedido da alma antes que o impetuoso desejo do corpo grite, não é produto da imaginação.
> Ficar parado no tempo esperando recompensa de atitudes boas não é aconselhável para quem realmente acredita na lei do merecimento.
> Observação é o melhor dos cinco sentidos.
> Chopp é melhor quando acompanhado de bons amigos, após uma sessão de cinema.
> Esquecer a data triste de uma despedida e sempre lembrar dos momentos que valeram a pena, faz muito bem pra saúde mental.
> Não indignar-se quando alguém debocha de um incapaz é letal para a esperança no semelhante.
> Agradecer por todas as coisas boas e ruins é nosso melhor amuleto. 

Acredito no descanso das inquietações. No repouso das euforias que sadicamente nos movem a satisfazer o mundo, a tudo e a todos. O período das boas transformações que a maturidade nos convida a experimentar é uma tradição que deveria ser transmitida para todas as gerações. Embora nem todos estejam preparados para esse alcance, vale a pena apostar nas tentativas absolutas de evolução ao escrevermos nossa própria história, mesmo que alguns acreditem ou não. 

Bom feriado! Já que o Carnaval é todo dia.

Por Elisa Carvalho  –  elisacarvalho.br@gmail.com

1 Comentário

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  • Tati Orttega

    Cada dia que passa sou mais admiradora.