(Fotos: Divulgação)
Pablo Larraín, diretor da série, é um dos nomes mais comentados
do momento; vai dirigir a nova versão do clássico "Scarface"
"Prófugos" é a primeira série produzida no Chile pela HBO Latin America Originals. Pois é, me empolguei com as produções feitas No Brasil, Argentina e México, e resolvi conferir mais essa. Além de "Prófugos" e das séries brasileiras, pessoalmente gosto muito das séries mexicanas, com destaque para "Capadócia", uma das minhas preferidas. Bom, eu gosto de ação realista e sem exageros, e essa série tem esse diferencial. Seu eixo é centrado no tráfico de drogas, com muita violência, corrupção e traições; naquele clima onde todos certamente têm esqueletos no armário. A primeira temporada estreou em 2011 e a segunda em setembro do ano passado. Com 13 episódios por temporada, essa é mais uma série que prova que a HBO não está para brincadeira em suas produções na América Latina. A coisa é de alto nível em elenco, roteiro e direção, tem cara de Hollywood.
"Prófugos" (fugitivos em espanhol) tem um ritmo eletrizante e pega pesado na violência. O título é sugestivo e justificável. Se você ainda não assistiu, prepare-se: as cenas são chocantes e realistas, deixando outras do gênero, bem atrás. Quando eu disse que a produção é excelente, não exagerei. Além disso, é muito bem filmada, com locações sensacionais na região entre a Bolívia e o Chile. A segunda temporada tem visuais como a Ilha de Páscoa, Deserto do Atacama, Patagônia, além das cenas numa prisão de segurança máxima. Segundo os produtores Pablo Larraín e Juan de Dios Larraín, eles trabalham com a ideia de mesclar realidade com ficção, como no caso do resgate por helicóptero do início da segunda temporada, que foi baseado em um caso real ocorrido no Chile e também no Brasil (já ouviu falar no bandido Escadinha?). Pablo e Juan se orgulham de usar poucos efeitos especiais. Em entrevista concedida em São Paulo para promover a série, eles disseram que durante a filmagem da segunda temporada a equipe viajou mais de cinco mil quilômetros em seis meses, com duas unidades de produção simultâneas.
A história é a seguinte...
Para quem curte séries de ação, a adrenalina e o suspense são arrebatadores
Tudo começa com uma transação de tráfico de drogas na fronteira entre Bolívia e Chile. Na operação, quatro chilenos têm a missão de transportar cinco toneladas de cocaína da fronteira boliviana até um porto chileno, de onde serão contrabandeadas para Barcelona pela bagatela de um milhão de dólares. Vicent Ferragut (Néstor Cantillana), herdeiro dos negócios de sua família - um influente cartel de drogas; Óscar Salamanca (Francisco Reys), um sonhador fracassado que deseja um futuro melhor para sua filha; Mario Moreno (Luis Gnecco), um mafioso ex-colaborador da ditadura; e Tigre Gonzáles (Benjamin Viçosa), um policial infiltrado na operação, formam o grupo que vai realizar o trabalho. Só que tudo sai do controle, quando eles caem numa cilada, conseguem fugir, mas as coisas se complicam e por aí vai. Criada por Pablo Illanes, Josefina Fernández, Mateo Iribarren e Enrique Videla, a série acompanha a vida da família Ferragut e de seus inimigos, os Aguilera, que não são nada bonzinhos, principalmente o manda-chuva. Essa é a sinopse para que você entenda um pouco do mundo de "Prófugos". A direção é de Pablo Larraín, Jonathan Jakubowicz e Javier Patrón.
"Prófugos" foi indicada a diversos prêmios no Festival de Televisão de Monte Carlo e está entre as melhores séries do gênero, sendo comparada com "Breaking bad", série americana que foi finalizada ano passado em sua quinta temporada, consagrada e premiadíssima; eu gostei um pouquinho mais de "Prófugos", confesso. Para quem curte séries de ação, a adrenalina e o suspense são arrebatadores.
Quebrando o cinismo de que o Chile é seguro e perfeito
Dois dos atores chilenos mais conhecidos, Luís Gnecco e Néstor Cantillana, declararam que a série tem um papel além da ficção, pois o Chile geralmente é visto como o aluno aplicado da América Latina, onde as coisas deram mais certo do que nos demais países. Mas, segundo eles, lá também existem problemas, muita desigualdade e violência, homofobia e figuras do governo envolvidas no tráfico. E "Prófugos" mostra um pouco dessa realidade e quebra-se o cinismo de que o Chile é seguro e perfeito. Palavras dos atores. Inclusive, a homossexualidade de um dos personagens não foi inserida à toa.
Pablo Larraín, diretor de "Prófugos", é um dos nomes mais comentados do momento, pois além do sucesso da série e ter seu filme "No" indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro ano passado, vai dirigir a nova versão do clássico "Scarface". Larraín gosta de trabalhar com elementos dramáticos fortes. Para ele, contar histórias reais desperta interesse tanto das produtoras quanto de telespectadores. E ele entende do assunto. "Prófugos" não será única produção chilena a ser transmitida para outros países. A rede TVN e a produtora Promocine assinaram um contrato com a Fox International Channels América Latina, para a co-produção e distribuição de "Sitiados". A série é inspirada na Guerra de Arauco (1550-1656), e está sendo gravada inteiramente no Chile, com a direção de Nicolas Acuña. Até a próxima!