
(Foto Ilustrativa)
A verdadeira “aliança” matrimonial está no
plantio diário da semente da caridade em
nossos corações, que é mãe de três filhos:
benevolência, misericórdia e perdão
Publicada: 01/08/2016 (22:25:24)
Atualizada: 06/08/2016 (11:52:53)
A festa das Bodas de Caná (João 2, 1-12) é uma das passagens bíblicas mais fascinantes do Evangelho. Não sabemos o nome dos noivos. O que sabemos é que havia uma festa de casamento num lugarejo pobre e esquecido da Galiléia, chamado Caná.
As Bodas de Caná apresentam características especiais. Uma delas é a transformação da água em vinho, realizada por Jesus, outra foi o início da pregação evangélica do Mestre nessa festa.
Seria verdade a afirmação de que, quando casamos, encontramos nossa “cara metade” ou “alma gêmea”?
Acredito que as leis humanas casam as pessoas para que as pessoas se unam segundo as Leis Divinas, imutáveis como todas as leis de Deus, e exclusivamente moral, que é a lei do amor.
Deus quis que os seres se unissem, não somente pelos laços carnais, mas também pelos da alma, a fim de que a mútua afeição dos esposos se estenda aos filhos, e para que sejam dois, em vez de um, a amá-los, tratá-los e fazê-los progredir.
A não ser o que procede de Deus, nada é imutável no mundo. Tudo o que procede do homem está sujeito a mudanças. As leis da natureza são as mesmas em todos os tempos e em todos os países; as leis humanas, porém, modificam-se segundo os tempos, os lugares, e o desenvolvimento intelectual.
No casamento, o que é de ordem divina é a união conjugal, para que se opere a renovação dos seres.
Se quando nos casamos com alguém temos o mais belo dos sonhos e se encontramos nesse alguém o fracasso do ideal que acalentamos, é chegado o tempo de trabalhar mais intensivamente na edificação dos planos que idealizamos de início.
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Se erguemos o lar por amor e tão só pelo amor conseguiremos conservá-lo.
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Não será exigindo tiranicamente isso ou aquilo de quem te compartilha o teto e a existência que nos afastaremos dos compromissos que nos empenhamos. Somente a doação, tolerância e a bondade a ti mesmo em apoio da esposa ou do esposo é que asseguraremos a estabilidade da união em que investimos os melhores sentimentos.
O livre arbítrio ou liberdade de pensamento nos dá o direito de adiar realizações ou dilatar o prazo destinado ao resgate de certos débitos, entretanto, não nos esqueçamos de que o homem é livre, mas responsável, e pode realizar o que deseje, mas estará ligado inevitavelmente ao fruto de suas próprias ações.
Casar-se é tarefa para todos os dias, porquanto somente da comunhão espiritual gradativa e profunda é que surgirá a integração dos cônjuges na vida permutada, de coração para coração, na qual o casamento se lança sempre para Mais Alto, em plenitude de amor eterno.
As almas não são gêmeas ou metades das outras; todos têm características individuais e próprias.
Penso que a transformação da água em vinho no casamento está na transformação diária de nós mesmos, no esquecimento de si próprio, neutralizando o orgulho e o personalismo.
A verdadeira “aliança” matrimonial está no plantio diário da semente da caridade em nossos corações, que é mãe de três filhos: benevolência, misericórdia e perdão.
“Amareis o Senhor vosso Deus de todo o vosso coração, de toda a vossa alma, de todas as vossas forças e de todo o teu pensamento, e vosso próximo como a vós mesmos.”