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Literatura & Cia.

Jean Carlos Gomes

poearteditora@gmail.com

Olho no Olho

João Almino na Academia Brasileira de Letras

Escritor e diplomata é o novo ocupante da cadeira 22, na sucessão do acadêmico e médico Ivo Pitanguy

Colunistas  –  22/04/2017 10:56

(Fotos: Arquivo do autor) 

O escritor e diplomata João Almino e algumas obras do novo imortal da ABL 

A Academia Brasileira de Letras elegeu, quarta-feira, dia 8 de março, o novo ocupante da cadeira 22, na sucessão do acadêmico e médico Ivo Pitanguy, que morreu em 6 de agosto do ano passado. O vencedor, por unanimidade, foi o diplomata e escritor João Almino, que gentilmente concedeu uma entrevista por e-mail a este colunista. Votaram 23 acadêmicos presentes e 10 por cartas. Os ocupantes anteriores da cadeira 22 foram: Medeiros e Albuquerque (fundador) - que escolheu como patrono José Bonifácio, o Moço -, Miguel Osório de Almeida e Luís Viana Filho. Escritor e diplomata, nasceu em Mossoró, no Rio Grande do Norte, em 1950.

É autor do “Quinteto de Brasília”, composto pelos romances “Idéias para Onde Passar o Fim do Mundo” (indicado para o Prêmio Jabuti, ganhador de Prêmio do Instituto Nacional do Livro e do Prêmio Candango de Literatura), “Samba-Enredo”, “As Cinco Estações do Amor” (Prêmio Casa de las Américas 2003), “O Livro das Emoções” (Record, 2008; finalista do 7º Prêmio Portugal Telecom de Literatura 2009 e finalista do 6º Prêmio Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura 2009); “Cidade Livre” (Record, 2010; Prêmio Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura 2011 de melhor romance publicado no Brasil entre 2009 e 2011; finalista do Jabuti e do Prêmio Portugal Telecom de Literatura 2011) e “Enigmas da Primavera” (Record, 2015; finalista do Prêmio Rio de Literatura 2016 e finalista do Prêmio São Paulo de Literatura 2016).

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"Escrevo, claro, para ser lido, mas o número de leitores que possa ter não interfere no meu trabalho".

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Alguns de seus romances estão traduzidos para o inglês, o francês, o espanhol e o italiano. Seus escritos de história e filosofia política são referência para os estudiosos do autoritarismo e a democracia. Entre esses, incluem-se os livros “Os Democratas Autoritários” (1980), “A Idade do Presente” (1985), “Era uma Vez uma Constituinte” (1985) e “O Segredo e a Informação” (1986).

É também autor de “Naturezas Mortas - A Filosofia Política do Ecologismo” (2004), de Brasil-EUA: “Balanço Poético” (1996), “Escrita em contraponto” (2008) e “O diabrete angélico e o pavão: Enredo e amor possíveis em Brás Cubas” (2009). Doutorou-se em Paris, orientado pelo filósofo Claude Lefort. Ensinou na UNAM (México), UnB, Instituto Rio Branco, Berkeley, Stanford e Universidade de Chicago. 

Como se sentiu quando recebeu a notícia de sua eleição para a ABL?

Honrado e muito grato. 

O que muda para o escritor essa nova conquista?

É um estímulo à continuação do trabalho. A Academia é uma instituição independente, sem linhas políticas ou estéticas; sem academicismo. Sempre prezou a diversidade e a liberdade de espírito de seus membros. 

Diante da crescente relevância das mídias digitais, que novo cenário, em sua opinião, se desenha para a literatura brasileira?

A literatura pode absorver os novos meios de expressão e de comunicação como objeto de seu próprio trabalho, bem como se beneficiar deles para sua expansão. 

A constante crítica de que somos um país de poucos leitores interfere de alguma forma em sua atividade?

Escrevo, claro, para ser lido, mas o número de leitores que possa ter não interfere no meu trabalho. 

O que a literatura de mais satisfatório lhe proporciona?

É para mim uma necessidade e também uma companhia de todas as horas. 

Qual é a função da literatura na sociedade?

Talvez a de humanizar o nosso olhar sobre o mundo.

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Por Jean Carlos Gomes  –  poearteditora@gmail.com

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