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Literatura & Cia.

Jean Carlos Gomes

poearteditora@gmail.com

Mergulho ao Fundo de Si Mesmo

Flora Figueiredo e a palavra que fervilha dentro do autor

Poeta, cronista, tradutora e compositora destaca a função da literatura: informação, questionamento, modificação e entretenimento

Colunistas  –  03/04/2018 20:10

  • Com o escritor Ignacio Loyola Brandão

  • Com a saudosa poeta Eunice Arruda

  • Capa do livro em sua homenagem

  • Com Levi Bucalem Ferrari, autor e ex-presidente da UBE, e Rosani Abou Adal, jornalista e editora

  • Vicente Melo, o poeta Álvaro Alves de Faria, Flora e este colunista, na Livraria Cultura, SP

  • Com Marcelino Freire, escritor

  • Com a notável poeta Olga Savary

  • Com o poeta Álvaro Alves de Faria

(Fotos: Acervo da Autora e Acervo PoeArt Editora)

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“Em tempos de aridez de mundo, são poucos os bálsamos com que contamos para atenuar dificuldades e conservar a esperança alerta. Em meio à nebulosidade, descubro, de repente, uma alma sensível empenhada em abrir espaço para novas vozes e em manter a poesia acesa. Jean Carlos Gomes, jovem poeta e editor, prestigia a literatura brasileira, agregando poetas por todo o território nacional e descobrindo novos talentos. Somam-se estilos e perfis, costuram-se as diversas matizes que nutrem a imensidão da pátria. Louvo-lhe o trabalho e a devoção com que o faz. Convidada a esta homenagem, agradeço em nome da Poesia a iniciativa de mantê-la pulsante e intensa. Ao Jean Carlos, meu aplauso. Aos poetas que surgem, minha reverência!” 

(Flora Figueiredo)

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O mês de março foi marcado por muitas comemorações que não deixamos passar, tais como: os 5 anos desta coluna literária, o Dia Nacional da Poesia (dia 14) e o Dia Internacional da Poesia (dia 21). Sendo por esses e outros bons motivos, evidenciamos mais uma entrevista. Desta vez, com a notável poeta Flora Figueiredo, que homenageamos em 2016 na “VI coletânea século XXI”.
Flora Figueiredo: Natural de São Paulo. Poeta, cronista, tradutora, compositora. Livros de poesia: “Florescência” (1987), também lançado em Portugal, Editora Novo Século; “Calçada de verão” (1989), Editora Novo Século; “Amor a céu aberto” (1992), Editora Novo Século; “Estação” (1995), Editora Novo Século; “O trem que traz a noite” (finalista do Prêmio Jabuti 2000), Editora Novo Século; “Chão de vento” (2006), Geração Editorial; “Limão rosa” (2009), Editora Novo Século. Infantis: “Marita Pirulita” (2013), Novo Século Criança; e “Dom” (2013), Novo Século Criança, premiado pela UBE (União Brasileira de Escritores). Participou de diversas antologias.

Confira a entrevista com Flora Figueiredo

Diante da crescente relevância das mídias digitais, que novo cenário se desenha para a literatura brasileira? 

O cenário digital amplia toda atividade artística, não apenas a literatura. Seu grande mérito é expandir a arte aos mais diversos públicos. Como vivemos um tempo de urgências, de aceleração, houve um enxugamento da palavra que se vê substituída por símbolos, códigos e abreviações. Por isso, mais do que nunca é necessária a leitura de boas obras e a internet é uma grande aliada nesse sentido. Mas, como nada é perfeito, ela tem também suas vilanias. Acontece quando as autorias são atribuídas erroneamente e os textos dos autores são levianamente alterados. Com a celeridade das redes, esses erros se perpetuam. Ainda assim, apesar dos tropeços, o saldo é positivo. O ideal mesmo seria que a máquina fosse uma colaboradora do homem e não sua substituta. 

A constante crítica de que somos um país de poucos leitores interfere de alguma forma em sua atividade? 

O verdadeiro autor não escreve sob contabilidade. O impulso da palavra é dominante e impossível de ser contido. Se o texto impacta, ainda que seja um único leitor, a partilha já valeu. Demorei 10 anos para conseguir lançar meu primeiro livro, “Florescência”, até que a Editora Nova Fronteira resolveu arriscar. A partir daí, não parei mais e fiquei 20 anos nessa editora. Impossível conter a palavra quando ela fervilha dentro do autor. Quando comecei, eu não conhecia ninguém no meio literário. Hoje, posso afirmar, com alegria, que meu trabalho me deu inúmeros amigos escritores. 

O que a literatura de mais satisfatório lhe proporciona? 

Como leitores, saímos de nós mesmos, braços abertos a experiências e sensações, ultrapassamos o cotidiano. No caso do autor, ele extrai a essência no mergulho que faz ao fundo de si mesmo. 

Qual é a função da literatura na sociedade? 

Informação, questionamento, modificação, entretenimento. Em qualquer de suas formas, a literatura enriquece. Sociedades mais letradas são menos domináveis e subservientes. 

O que acha de nossa iniciativa de entrevistar/homenagear renomes de nossa literatura, fazendo, além de uma justa homenagem, um fomento entre o autor consagrado e o autor iniciante?  

É importante e necessário o entrelaçamento entre leitor e autor. Além disso, essa iniciativa abre campo para novos talentos, muitos deles com trabalhos expressivos e sem oportunidades. Num tempo de empobrecimento da cultura, todo espaço que se ofereça para a criação é bem-vindo. 

Exaltação a Flora Figueiredo 

(Jean Carlos Gomes

Flora florada,
Flora fragrância,
Esta sempre ritmada
Pois seus poemas que são pura essência...
Estreou com Florescência,
Construiu sua Calçada de Verão
Abrindo caminhos com Amor a Céu aberto,
Preparou sua Estação
Para passar com O Trem que Traz a Noite,
Amanheceu, riscou infinitos com Chão de Vento,
Aquietou-se, preparou um delicioso suco
Com seu Limão Rosa...
Flora ritmada,
És intensa em efervescência,
Sua obra já é tão aclamada
E sua pessoa cheia de excelência!

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Por Jean Carlos Gomes  –  poearteditora@gmail.com

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