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Ruan Campos

ruan.campos@hotmail.com

Triste Realidade

A destruição da Amazônia pelo olhar de Araquém Alcântara

Fotógrafo aponta o curso da destruição e o descaso do governo com questões ligadas ao meio ambiente

Colunistas  –  20/08/2019 20:23

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(Fotos: Araquém Alcântara)

Por meio das fotografias de Araquém, assistimos de mãos atadas a destruição de um dos maiores biomas brasileiros

 

O projeto de destruição da Amazônia avança a passos largos. É notório que as questões ambientais não são prioridades no atual governo. O presidente Jair Bolsonaro critica e contesta dados do Inpe, órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. No início deste mês, Ricardo Galvão foi exonerado do cargo de diretor do Inpe após reunião com o ministro Marcos Pontes. 

Araquém 1

Alemanha e Noruega já suspenderam repasses que juntos somam mais de R$ 280 milhões para proteção da Floresta Amazônica. A medida foi tomada devido ao aumento do desmatamento da Amazônia. Criado em 2008, o Fundo Amazônia tem como objetivo financiar projetos ambientais e de sustentabilidade em parceria com municípios, estados e também junto à iniciativa privada. 

Araquém 3

Araquém 6

O fotógrafo e ativista ambiental Araquém Alcântara fotografou a situação degradante que se encontra parte da Floresta Amazônica. Queimadas, desmatamento e ação de garimpeiros são alguns dos graves problemas negligenciados por parte do poder público e do atual governo federal. Por meio das fotografias de Araquém, assistimos de mãos atadas a destruição de um dos maiores biomas brasileiros. A Amazônia não pode esperar! Algo deve ser feito urgentemente. 

Araquém 4

Relato aflito de Araquém em uma rede social 

“Eu estive lá e vi. E fotografei. Sou testemunha ocular. A Amazônia é a minha matriz criativa. Já foram mais de cinquenta viagens e expedições. Não de avião, mas andando, de mochila nas costas, de barco e de carro. Já subi o Pico da Neblina duas vezes, já pisei onde ninguém pisou, já fiz quatro livros sobre a floresta e seu povo, já ganhei o Jabuti, já publiquei centenas de reportagens nestes 49 anos de jornalismo e fotografia. E agora, com os recentes acontecimentos, estou cheio de revolta. É preciso elevar o tom. Como pode o presidente do país suspender apoio financeiro de Noruega e Alemanha - o Fundo Amazônia - que já aprovou 103 projetos no valor de R 1,86 bilhão, e já desembolsou R$ 1,3 bilhão, desde 2008 quando foi criado? O pior é que esse fundo é gerido pelo governo brasileiro. Dinheiro europeu de graça, sob controle do Brasil. Não dá para entender: o Brasil não tem dinheiro para pagar bolsas de estudo e pode não ter dinheiro nem para a alimentação de recrutas. A imprensa noticia que desmate na Amazônia cresceu 15% (5.054 km quadrados em um ano, segundo o SAD - Sistema de Alerta do Desmatamento) da ONG Imazon. O Deter, sistema do Inpe, adotado oficialmente, indica uma porcentagem muito maior, 50% (6.833 km quadrados). A intensificação do desmatamento é real, é coisa objetiva feita por satélites. E o cara diz que os dados não são reais, que não precisamos de dinheiro estrangeiro. Desmatamento livre é o que quer. Assim, como disse o poeta Carlos Drummond de Andrade, ‘não haverá dia seguinte... o vazio da noite, o vazio de tudo será o dia seguinte’ Assim, não haverá mais país”. 

Araquém 5

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Por Ruan Campos  –  ruan.campos@hotmail.com

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