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Mês da Consciência Negra

Brasil negro

A trajetória de luta e superação do povo preto, que é uma parte significativa da população brasileira, é tratada com desrespeito perante aqueles que se entendem superiores a qualquer tipo de reflexão

Colunistas  –  17/11/2019 23:07

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(Foto Ilustrativa)

Hoje, o Brasil é o país que mais tem pessoas negras fora do continente africano e vive num constante genocídio de sua população, as pessoas que mais morrem nesse país são negras, vítimas da violência urbana e do Estado

 

O mês de novembro é emblemático para a população negra de nosso país, é um período que, alguns de nós, nos permitimos a reflexão sobre as condições de vida, oportunidades e empoderamento negro no Brasil.

O período de escravização do povo negro durou quase 400 anos nestas terras. Foram duros anos de exploração da força humana e desrespeito com a dignidade de milhões de indivíduos tratados como propriedade e sujeitos a todo tipo de atrocidades que o ser humano pudesse ser capaz de fazer. As pessoas “de bem" simplesmente não viam os negros escravizados como seres humanos e se indignavam com pessoas que se dispunham a lutar com e por eles em prol da liberdade, do direito de viver de forma digna.

Pode não parecer, mas esse período sombrio de nossa história deixou feridas profundas, algumas ainda abertas, que precisam ser curadas e tratadas para que possamos viver em harmonia. Hoje, o Brasil é o país que mais tem pessoas negras fora do continente africano e vive num constante genocídio de sua população, as pessoas que mais morrem nesse país são negras, vítimas da violência urbana e do Estado.

A trajetória de luta e superação do povo preto, que é uma parte significativa da população brasileira, é tratada com desrespeito perante aqueles que se entendem superiores a qualquer tipo de reflexão. Eles ridicularizam nossas dores, demonizam nossa ancestralidade, destroem nossa autoestima e silenciam nossas vozes.

Somos uma parte da África no continente americano. Somos um povo negro, nossa cultura, culinária e costumes (até religiosos) são negros. Nossa pele é retinta, nosso cabelo é crespo, nossas raízes estão profundamente interligadas às terras africanas, mas nosso grito de dor ainda reverbera pelas colinas.

Somos o Brasil dos negros e disso temos que nos orgulhar!

Reflitamos. 

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Por Priscila Messias  –  priscilachrist@gmail.com

1 Comentário

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  • Aparecida de Marillac Silva Coutinho

    Parabéns Priscila! Ótimo e esclarecedor texto sobre desrespeito ao Negro! Gostei muito da frase finalizando: " Somos o Brasil dos Negros e disso temos que nos orgulhar!! Parabéns sucesso!!