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RH

Vivência Social Plena

Governos, governados e politizados

Não há mistério, a solução para os perrengues sociais está no acesso à renda, ao emprego e à educação de boa qualidade

Colunistas  –  18/12/2019 11:34

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(Foto Ilustrativa)

Devemos articular e revestir-nos de postura combativa 

 

Cabe aos cidadãos organizarem-se elencando objetivos e interesses comunitários. O Estado e o Governo necessitam acionamentos através de petições vindas dos movimentos representativos de classes; organizações não governamentais, coletivos, sindicatos e associações. No Brasil, dados oficiais sinalizam mais de 13 milhões de desempregados, 7 milhões de famílias sem acesso à casa própria, e os indicadores de violências acusam índices escabrosos.

Não há mistério, a solução para os perrengues sociais está no acesso à renda, ao emprego e à educação de boa qualidade. Livrando-nos de aberrações tipo “escola sem partido”, “future-se” ou daquelas que repreendem o ensino relacionado à sexualidade, nas salas de aulas. Precisamos nos distanciar de militantes psicóticos. Figuras repressivas que impõem através de falácias e medidas arbitrárias mecanismos para desmoralizar as ciências. Gente que dispensa desprezo público às instituições fomentadoras de arte e inclusão social.

Destaco a importância do tipo de instrução e aculturamento que realmente insere a pessoa à vivência social plena, tornando-a empreendedora, combativa, consciente de seus direitos e deveres. Elegemos um Presidente da República desarticulado e complacente com a desigualdade. Sequer confeccionou um plano federal de governança. Estamos à deriva, sem rádio, bússola ou bandeira vermelha.

Em março de 2019, o presidente Bolsonaro, através de uma canetada instituiu a Medida Provisória 873/19 determinando que a contribuição sindical fosse paga por meio de boleto bancário, após manifestação individual e por escrito de cada trabalhador. Uma série de condicionantes para dificultar a adesão do empregado. MPs têm vigência por apenas 120 dias, e essa não passou no Congresso Nacional. Os sindicatos representam forças na luta contra o sistema de opressão e escravidão assalariada. Enquanto isso, os donos do capital, e meios de produção, engajam-se em causa própria.

O excesso de informação atribula, e ainda a confundimos com conhecimento. Temos urgência em aprender o uso consciente e produtivo da tecnologia da informação e comunicação. Como dica, sugiro documentários extremamente esclarecedores disponíveis na internet, como o canal (YouTube) “Buenas Ideias”, do jornalista Eduardo Bueno. Contamos com literatura relevante e bem produzida, para entendermos a formação e o sentido do Estado; como o livro “O Povo Brasileiro”, do escritor Darcy Ribeiro. São fontes que contribuem para desalienação. O obscurantismo está entre nós, embutido em quase tudo. O revisionismo da história é a lenha que alimenta a fogueira. A máquina governamental nega a ditadura militar, entre 1964 a 1985. Observamos o líder da nação relativizando as torturas ocorridas no período e promovendo piadas preconceituosas.

Caminhando pelas cidades avistamos condomínios inacabados do programa “Minha Casa, Minha Vida”, criado no governo petista. Abandonados às intempéries e ao olhar frustrado do trabalhador que destina quase 40% de seu salário para o aluguel, às vezes, residindo em áreas condenadas pela Defesa Civil. Violentado em sua dignidade. Alguns jovens tentam reagir a esta agressão, aderindo à criminalidade, e são abatidos pela polícia, em rituais de execuções.

A atitude mais vultosa desse governo, até o momento, é a reforma da Previdência, que fortalece aspectos desfavoráveis à qualidade de vida do trabalhador de menor poder aquisitivo, em sua maioria, negros. Em seguida, cogitam a reforma Tributária, que também lançará tensões sobre o solo mosaico. É importante que ocorram as reformas Administrativa e Política. De denúncia em denúncia, de crise em crise a situação de marginalidade e pobreza permanece intacta. Devemos articular e revestir-nos de postura combativa.

Em 2018, saboreamos a paralisação nacional dos caminhoneiros, cito o ocorrido como evento positivo. Notabilizou-se o poder do cidadão, organizado em entidades, para exigir direitos e representatividade perante o Estado, governos e empresários. É recompensador o enfrentamento em debates e mobilizações. O povo exercendo a política no cotidiano. Brasileiros desempregados, no subemprego, em trabalhos informais, em situação de rua, e os estudantes devem se insurgir na busca da justiça social. Eu disse: Insurgir! 

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Por Ronaldo Marinho  –  ronaldomarinhodesousa@gmail.com

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