Publicidade

Premiação 2026

Expressão Cultural, Pertencimento e Resistência

A expressão do gueto

O hip hop propõe ação de protesto político e social para o exercício da cidadania

Colunistas  –  19/01/2020 18:51

foto imagem 
 

(Foto Ilustrativa)

_______________________________________________________

No Brasil, a chegada oficial da dança de rua deu-se no início da década de 80, no século XX; a mídia de massa pulverizou a novidade

_______________________________________________________

O breakdance é um dos elementos de ocupação artística pertencente à cultura hip hop. As primeiras manifestações surgiram na época da grande crise econômica nos EUA, em 1929, quando os dançarinos e músicos das casas noturnas ficaram desempregados, e foram fazer shows, nas ruas. O estilo espalhou-se entre as gangs de New York, por volta do final da década de 1960.

No Brasil, a chegada oficial da dança de rua deu-se no início da década de 80, no século XX. A mídia de massa pulverizou a novidade. A dança requer energia atlética, boa coordenação motora e inventividade. Vem ganhando abrangência e consolidando-se como lugar de expressão cultural, pertencimento e resistência da galera das periferias urbanas. Os praticantes são denominados bboy e bgirl. Existem sete movimentos básicos, dentro do breakdance. São eles: O Troprock, o Footwork, os Drops, o Floor Rocks, os Power Moves, os Freezes e o Suicide. Nesse último, citado, o bailarino opta por concluir a apresentação caindo ou fingindo perder o equilíbrio.

Mais um pico para a cultura urbana em Goiânia. O espaço Viela Cultural, na Rua do Lazer, no setor Central, regularmente é palco de batalhas, discotecagem, saraus e shows de rap. Tem-se, também, o Galpão Complexo Criativo, localizado no setor Leste Universitário na capital goiana, abrigando vários eventos públicos e inclusivos. Em fevereiro, Goiânia sediará o True Floor (um dos maiores festivais de breakdance do Brasil). Numa batalha de dança o objetivo é derrotar o oponente, sendo criativo e ousado. O Locking explora movimentos dos braços e o Popping, gestos robóticos, e são correntes desta arte.

Para a maioria dos iniciantes no breakdance não é possível viver exclusivamente da arte, e o incentivo governamental, por meio de políticas públicas, se mostra tímido, e de acesso restrito. Os profissionais contam com patrocínios oriundos da iniciativa privada. O investimento na Economia Criativa mostra-se inexpressivo, se comparado ao que é praticado nos grandes centros mundiais, atualmente. Por meio de coletivos, associações e vaquinhas virtuais os artistas seguem batalhando para elevar a conscientização. Neste ano, temos eleições municipais para o parlamento e executivo. Sugiro à irmandade hip hop que discuta a respeito do processo eleitoral, levantando nomes do meio, e candidaturas compromissadas com a cultura popular de rua. É imprescindível a pesquisa arrojada, antes de decidir o voto. Dele depende a vitalidade democrática e artística brasileiras. 

_______________________________________________________

Por Ronaldo Marinho  –  ronaldomarinhodesousa@gmail.com

Seja o primeiro a comentar

×

×

×