Publicidade

Premiação 2026

Viver...

Os remorsos da noite

Entre os erros e os acertos, há a vida

Colunistas  –  08/03/2020 22:12

9215

 

(Foto Ilustrativa)

“Há noites que eu não posso dormir / de remorso por tudo o que / eu deixei de cometer.”

(Mario Quintana)

 

No dia de hoje, cometi muitos erros. Protagonizei agressões gratuitas a pessoas que amo, indiferenças desnecessárias a pessoas que não amo, excessos fortuito contra mim mesmo.

No dia de hoje, investi equivocadamente minhas economias emocionais. Apaixonei-me sem o compromisso de amar, odiei coisas, pessoas e situações por tola preguiça e incapacidade de entendimento.

No dia de hoje, entretanto, por não ter cometido erros e não ter investido equivocadamente minhas economias emocionais, não vivi e, não vivendo, não aprendi.

Creio que era desse “deixar de cometer” que Quintana falava. Deixar de cometer é deixar de viver, pois no ato de viver está implícito o acerto e o erro. É vivendo o erro que poderemos abraçar nossos acertos. Não se pode ter uma vida de acertos sem alguns erros para purgar a existência.

Quando deixei de cometer, vivi uma vida árida, de falsa perfeição e, portanto, passível de remorso.

A tessitura da vida é ser uma escultura que se forma caldo da cultura. Não se iluda, não há vida pura, vida sem amargura.

Por isso, o deixar de cometer nos mói a alma, nos rouba o sono. 

________________________________________________________

Por Giovani Miguez  –  giovanimiguez@gmail.com

Seja o primeiro a comentar

×

×

×