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Busca Eufórica

Consumismo e pandemia

Talvez neste momento devêssemos ter mais precaução e cuidado, tanto com nós mesmos quanto com os outros

Colunistas  –  14/06/2020 19:57

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(Foto Ilustrativa)

O consumir se transformou em uma forma de compensar e até mesmo uma tentativa de curar nossos conflitos

 

Inicio esta nova troca de ideias, compartilhando um sentimento que acredito seja o desejo de todos: o desaparecimento total da pandemia do coronavírus (Covid-19). Encontramo-nos cansados e angustiados, pelo que se passou, se passa e passaremos. Os momentos de maior contenção de nossas liberdades e direitos, por um motivo importante e justificado, o controle da pandemia, nos causou, e causa, sentimentos como o de ansiedade para que retornemos à normalidade, algo que não será possível, pois o que virá não será mais o normal como conhecemos antes. Contudo, o meu objetivo nesta nova reflexão com vocês é o de analisar um fato que acredito tenha espantado a muitos: a excessiva busca de escape consumista, após a flexibilização das medidas de quarentena. E com esse escape, as aglomerações se fazem presentes e atitudes simples, mas importantes, como o uso de máscaras, não são cumpridas. Impressionou-me!

E talvez possa até parecer ingenuidade de minha parte a corrida frenética aos shoppings. Pelo viés econômico, inegavelmente será positivo para os comerciantes, que inclusive foram surpreendidos. Mas o que demonstra esta situação?

A corrida consumista aparenta ser um momento pela busca eufórica de liberdade e prazer individual, mas com uma excessibilidade e, atrevo-me a dizer também, com uma tamanha imprudência, que se torna preocupante, pois, afinal de contas, a Covid-19 permanece entre nós e as aglomerações representam a possibilidade de retomada do aumento de casos. Penso que tal acontecimento expressa uma característica muito comum à nossa sociedade atual: o consumir se transformou em uma forma de compensar e até mesmo uma tentativa de curar nossos conflitos. Configura-se enquanto prática catártica que visa aliviar-nos de nossos medos, problemas e angústias. Todavia, penso que talvez neste momento devêssemos ter mais precaução e cuidado, tanto com nós mesmos quanto com os outros, que precisam e optaram ser necessário se manterem protegidos.  

O mundo não acabou e não acabará. Haverá muito tempo para consumir. 

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Por Rogério Luís da Rocha Seixas  –  rogeriosrjb@gmail.com

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