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Educação pós-Covid

Nova geração percebe a socialização pelas redes sociais como natural e mais prática; aparentemente não terá dificuldades de fazer parte da nova realidade educacional

Colunistas  –  19/06/2020 19:05

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(Foto Ilustrativa)

Os mais velhos, e que se encontram trabalhando no campo educacional, necessitarão reciclar-se para acompanhar e colaborar com o processo

 

Em mais esta oportunidade de trocar ideais com vocês, trago os efeitos da Covid-19 sobre nossas diferentes dimensões sociais e existenciais. Ora! Dentre elas, a educação não poderia sair ilesa! Assim sendo, proponho refletir um pouco a respeito de como será o educar pós-pandemia. Por sinal, talvez tenha que reformular a questão: Como está sendo o educar agora no contexto do coronavírus?

Observemos que em praticamente todas as partes do mundo, afetadas pela Covid-19, entre as medidas de contenção ao vírus, a educação nos diferentes níveis de ensino passou a ser remota ou online, apresentando-se inicialmente enquanto uma medida emergencial e provisória! Mas pelo que podemos perceber tal situação, que já se fazia presente antes da pandemia, não só se intensificou como pelo que tudo indica veio para ficar.

As discussões sobre o uso das tecnologias das redes sociais na prática educacional, que sempre foi muito presente, se caracteriza agora como um fato praticamente consumado e que desafia a todos os envolvidos no processo (pais, docentes, discentes, governos, especialistas em educação, etc.). Será preciso se adaptar às mudanças que a educação online apresentará, principalmente provocando a quebra do paradigma de ambientes de ensino concretos e representando espaços de socialização, como no caso da escola tradicional, que serão substituídos pelo espaço das redes virtuais como modo de educar e, ciberneticamente falando, também socializar os indivíduos.

Com referência à noção de socialização, eu sou de uma geração que o socializar acontece num encontro face a face com um amigo, para tomar uma xícara de café e conversar. A nova geração, por sua vez, percebe a socialização pelas redes como natural e mais prática. Desta forma, aparentemente não terá dificuldades de fazer parte desta nova realidade virtual da educação. Porém, os sujeitos mais velhos como eu, e que se encontram trabalhando no campo educacional, necessitarão reciclar-se para acompanhar e colaborar com o processo.

Não discutirei aqui os pontos negativos ou positivos. A tecnologia em si não tem uma essência valorativa, mas o modo e os fins para os quais a utilizamos depende sim de nossos valores e interesses. O principal a dizer é que qualquer mudança traz consigo temores e também euforias. Deve-se refletir com calma sobre os efeitos desses extremos. Seja como for, a impermanência nos retira da zona de conforto, e para sairmos dela devemos nos reeducar para continuar a caminhar. Aliás, sempre foi assim na História humana, depois de passarmos por grandes catástrofes e tragédias. 

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Por Rogério Luís da Rocha Seixas  –  rogeriosrjb@gmail.com

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