
(Foto Ilustrativa)
Cabe a nós a responsabilidade de cultivar um solo fértil para uma democracia mais saudável e verdadeira
Começo esta nova troca de ideias, formulando a seguinte observação: Normalmente, quando fazemos referência à prática democrática ou ao sistema de governo próprio da democracia, soma-se um desejo de renovação. De mudança plena e positiva. Um sentido de esperança por algo novo que possa trazer mudanças bruscas e promotoras de um bem comum para todos. Infelizmente, a promessa pelo novo, quando participamos do pleito democrático, muitas vezes se encontra frustrada exatamente pela persistência de práticas velhas e perniciosas, disfarçadas de novidade, mas que mantém exatamente os vícios da corrupção e do proveito privado e ilícito do representante eleito para um determinado cargo, utilizando-se da legitimação e representatividade que recebeu dos seus eleitores, prometendo ser o implementador de algo novo. Melhor do que o anterior.
Ainda estamos passando por um processo de crise da saúde, da economia e da política, por causa da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), e teremos o pleito para prefeitos e vereadores.
A democracia também se encontra enferma. Questiona-se sua capacidade de promover governabilidade e uma permissividade em garantir direitos e liberdades. Não por acaso, há discursos apontando como sendo um bom remédio a aplicação de formas mais autoritárias de governar, que possam determinar ordem e menos corrupção.
Penso que com todos os seus defeitos, aliás, próprios de nós humanos que constituímos modos de governo e sistemas políticos para organizar as sociedades, que a democracia é o sistema de governo passível de sempre permitir que tenhamos a oportunidade de manter a esperança pelo novo ou ao menos aspirar por mudanças positivas.
Em realidade, cabe a nós a responsabilidade de cultivar um solo fértil para uma democracia mais saudável e verdadeira.