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Conhecendo-nos a Nós Mesmos

A dificultosa atividade de refletir

Em nossa contemporaneidade da indústria cultural, da tecnificação, planificação, consumo e produção, tal atividade é percebida como um luxo, coisa de maluco ou de alguém que não tem nenhum tipo de ocupação

Colunistas  –  13/12/2020 19:33

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(Foto Ilustrativa)

As redes sociais nos fornecem muitas informações, mas que não temos tempo de refletir, se são bons conhecimentos ou não

 

Quero esclarecer, ao iniciar essa nova troca de ideias, que primeiro coloco aqui a noção de atividade de refletir, enquanto uma prática comum a todos nós e não uma função específica ou especializada. Em segundo lugar, o refletir aparece com a conotação de ir além do mero pensar. Refiro-me, inclusive, à atividade de refletir de forma crítica sobre o que pensamos e, consequentemente, também a respeito de nossas ações. Uma questão muito adequada pode ser formulada, por alguém que gentilmente participe desta reflexão que proponho: “Onde este senhor pretende chegar?”.

Pois aí está! De fato, onde, nós humanidade, pretendemos ou aspiramos chegar? A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) nos traz essa questão. Por tal motivo, não basta apenas pensar o que fazer, mas sim em se refletir no que estamos fazendo conosco, e como deixar de fazer ou fazer de um modo diferente.

Em diferentes âmbitos do nosso cotidiano, temos atravessado ou talvez atravessados por fatos que requerem reflexão em nosso pensar e agir. Na política, interna e externa. Nas relações sociais. Nossa relação com o meio ambiente. A questão da saúde e, eventualmente, a do trabalho. A educação que virá e queremos que fique. São muitas questões para refletir.

Infelizmente, podemos observar que a dificuldade de reflexão em nossa atualidade torna-se muito intensa. As redes sociais nos fornecem muitas informações, mas que não temos tempo de refletir, se são bons conhecimentos ou não. A intolerância, em vários campos, dificulta o instante de reflexão e age-se sob a mera impulsão ou compulsão de ódio e negação do outro. Por essa razão usei o termo um tanto feio “dificultosa”, afinal, refletir requer um tempo para si mesmo. Conhecendo-nos a nós mesmos.

Em nossa contemporaneidade da indústria cultural, da tecnificação, planificação, consumo e produção, tal atividade é percebida como um luxo, coisa de maluco ou de alguém que não tem nenhum tipo de ocupação. Esses são, por sinal, julgamentos feitos sem qualquer tipo de reflexão. 

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Por Rogério Luís da Rocha Seixas  –  rogeriosrjb@gmail.com

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