(Foto Ilustrativa)

“Confesso que me incomoda quando ouço o termo novo normal, pois parece que reproduziremos de fato o que era considerado enquanto normal, ilustrando-o como se fosse algo novo”

 

Peço desculpas aos gentis leitores pelo título um tanto descabido, mas o que proponho para esta nova troca de ideias apresenta como eixo central de reflexão a seguinte questão: O próximo ano ou os próximos anos expressarão mudanças positivas em diferentes setores da existência humana, ou o “novo normal” de alguma forma reproduzirá 2020?

Se posso colocar uma pergunta mais objetiva: Será que aprenderemos algo com tudo que estamos passando e nos esforçaremos para mudar, ou no fim das contas muito deste só se tornará uma reprodução disfarçada de algo novo?

Não estou me referindo apenas à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), mas às outras formas de pandemia que foram desveladas: a política, a ética, a econômica e a social. Por esse motivo, confesso que me incomoda quando ouço o termo “novo normal”, pois parece que reproduziremos de fato o que era considerado enquanto normal, ilustrando-o como se fosse algo “novo”.

Penso assim que não devemos nos prender ao mero “novo normal”, arriscando-nos a carregar muito de 2020 conosco. Obviamente que não podemos acreditar em alterações de um dia para o outro. Não se faz aqui referência a “milagres”, mas sim à necessidade de escolhermos se 2020 terminará ou se permanecerá como um tipo de espectro que continue a nos assombrar por um longo tempo. 

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