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Perspectiva ética importante: Sermos mais solidários com o sofrimento e a morte do outro ser humano
Indubitavelmente em nosso momento presente pandêmico, a mortalidade e o sofrimento nos alertam, ou deveriam alertar, para a consciência da morte. Encarar a nossa finitude como um fato existencial. Sei que o tema aqui exposto nessa troca de ideias pode aparentar uma certa morbidez e até pessimismo. Contudo, em mais essa oportunidade, gostaria de ressaltar como podemos crescer enquanto humanos, a partir dessa experiência que a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) traz.
Afinal, cientes de nossa mortalidade e que sofremos em nossa condição existencial. O sofrer faz parte de nossa existência. E nossa resposta deveria ser o de ter consciência da morte como essencial para nos humanizarmos. Destaco, a reflexo de um filósofo espanhol do século XX, *Miguel de Unamuno, “nos afastar do sofrimento nos afasta de nossa humanidade, além de nos afastar da consciência sobre a nossa vida”. (Unamuno, 2019)
Desenvolver a consciência com relação à morte e ao sofrimento nos humaniza, por mais que nos doa.
Humanização que ocorre quando reconhecemos nossa finitude. Ao aceitarmos a morte como parte de nossa existência e encararmos o sofrimento em nossa caminhada. Ainda, citando *Miguel de Unamuno, “ao encaramos nossas próprias dores, limitações e a morte, nos tornaremos capazes de amar outros seres humanos que também sofrem, que são limitados e morrem”. (Unamuno,2019)
Há aqui uma perspectiva ética importante, principalmente para nosso contexto atual, que nos convida a sermos mais solidários com o sofrimento e a morte do outro ser humano.
Obviamente, podemos escolher ou negar o sofrimento e a consciência da morte, sendo a mais fácil, mas limitando nossa humanização, gerando indiferença e egoísmo. Ou podemos escolher aceitar que há o sofrimento e que vamos morrer, nos possibilitando amar e viver de modo mais amplo, além de abrir a possibilidade de uma caminhada existencial mais profunda e autêntica.
*Unamuno, Miguel. “Do Sentimento Trágico da Vida”. Martins Fontes, 2019.