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Contexto Atual

Consciência da morte, sofrimento e humanização

Podemos escolher ou negar o sofrimento e a consciência da morte, sendo a mais fácil, mas limitando nossa humanização, gerando indiferença e egoísmo

Colunistas  –  22/04/2021 17:52

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(Foto Ilustrativa)

Perspectiva ética importante: Sermos mais solidários com o sofrimento e a morte do outro ser humano

 

Indubitavelmente em nosso momento presente pandêmico, a mortalidade e o sofrimento nos alertam, ou deveriam alertar, para a consciência da morte. Encarar a nossa finitude como um fato existencial. Sei que o tema aqui exposto nessa troca de ideias pode aparentar uma certa morbidez e até pessimismo. Contudo, em mais essa oportunidade, gostaria de ressaltar como podemos crescer enquanto humanos, a partir dessa experiência que a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) traz.

Afinal, cientes de nossa mortalidade e que sofremos em nossa condição existencial. O sofrer faz parte de nossa existência. E nossa resposta deveria ser o de ter consciência da morte como essencial para nos humanizarmos. Destaco, a reflexo de um filósofo espanhol do século XX, *Miguel de Unamuno, “nos afastar do sofrimento nos afasta de nossa humanidade, além de nos afastar da consciência sobre a nossa vida”. (Unamuno, 2019)

Desenvolver a consciência com relação à morte e ao sofrimento nos humaniza, por mais que nos doa.

Humanização que ocorre quando reconhecemos nossa finitude. Ao aceitarmos a morte como parte de nossa existência e encararmos o sofrimento em nossa caminhada. Ainda, citando *Miguel de Unamuno, “ao encaramos nossas próprias dores, limitações e a morte, nos tornaremos capazes de amar outros seres humanos que também sofrem, que são limitados e morrem”. (Unamuno,2019)

Há aqui uma perspectiva ética importante, principalmente para nosso contexto atual, que nos convida a sermos mais solidários com o sofrimento e a morte do outro ser humano.

Obviamente, podemos escolher ou negar o sofrimento e a consciência da morte, sendo a mais fácil, mas limitando nossa humanização, gerando indiferença e egoísmo. Ou podemos escolher aceitar que há o sofrimento e que vamos morrer, nos possibilitando amar e viver de modo mais amplo, além de abrir a possibilidade de uma caminhada existencial mais profunda e autêntica.   

*Unamuno, Miguel. “Do Sentimento Trágico da Vida”. Martins Fontes, 2019. 

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Por Rogério Luís da Rocha Seixas  –  rogeriosrjb@gmail.com

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