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Crônicas de Humor e Entrevistas Poéticas

Isabel Furini

isabelfurini@hotmail.com

Moral da História

Aquele chapéu...

O que será que pensam esses que gostam de importunar os outros sem nenhum motivo?

Colunistas  –  11/05/2021 19:22

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(Foto Ilustrativa)

“Eu fui educada em escola de freiras. Minha moral não me permite estar com chapéu à mesa”.

 

Nunca esqueci de um pequeno incidente que aconteceu na minha segunda viagem ao Peru. Eu havia comprado um chapéu típico da região dos Andes. Almoçávamos em um restaurante de Águas Calientes, eu estava feliz com o chapéu, de repente uma cobra, dessas que nunca desistem de importunar o próximo, disse com voz autoritária: 

- Por favor, Isabel, tire o chapéu. Me faz mal ver alguém comendo com chapéu.

Para não iniciar uma discussão eu tirei o chapéu. A mulher, para mostrar superioridade, falou:

- Eu fui educada em escola de freiras. Minha moral não me permite estar com chapéu à mesa.

Olhei para ela pensando: “A vagabunda tirou o marido da amiga, mora com ele sem estar casada… Mas a moral dela não permite almoçar usando um chapéu”.

Preferi não comentar nada para não brigar. Mas a conhecia. A moral dela era a falsa moral de quem olha o cisco no olho alheio e não vê o tijolo no próprio olho. Pouco tempo depois, o amante teve que fechar a empresa e ela o deixou. Com certeza a moral dela não permitia que morasse com um fracassado.

A mulher, disposta a impor sua “moral” na mesa, virou-se para uma administradora de empresa que também estava no grupo, e não havia tirado o chapéu, e disse com ar de diretor de escola:

- Você não vai tirar o chapéu? A senhora sorriu, a encarou, e respondeu:

- Não, querida. Eu sempre desejei ter um chapéu como este. Agora que consegui um, não vou tirar nem para dormir. 

Todos riram e a mulher chata fez silêncio.

Pergunto-me o que será que pensam esses que gostam de importunar os outros sem nenhum motivo? Não importa o assunto: regime para emagrecer ou chapéus. Essas pessoas sempre têm alguma frase viperina para constranger e atormentar os outros. Será que antes de dormir contabilizam os danos provocados com suas palavras e gritam:

- Hoje consegui destruir três pessoas. “Uauu!” Eu sou demais!

Qual será o triste dividendo que essas pessoas estão ganhando? 

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Por Isabel Furini  –  isabelfurini@hotmail.com

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