
(Foto Ilustrativa)
“Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem”
(Mário Quintana)
No dia 13 e maio de 2025 faleceu o ex-presidente do Uruguai “Pepe” Mujica e algo que me chamou a atenção é que, nos 14 anos em que esteve preso pelo regime ditador uruguaio, em sete esteve proibido de abrir e ler livros. Como assim?
Fiquei imaginando o que isso pode representar na vida de um ser humano que, assim, não irá abastecer sua cultura e nem se atualizar com informações relevantes à vida cotidiana, vivendo na ignorância, imposta pela prisão.
O significado de “ignorante” é “estado de quem não tem conhecimento, cultura, por falta de estudo, experiência ou prática”. Nesse caso, a pessoa até quer ler, mas não pode porque foi imposto a ela essa condição. E quantos podem, têm acesso à leitura e, por comodismo, não leem?
Mário Quintana deixou a frase que nos faz refletir: “Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem”. Existem muitos chamados “analfabetos funcionais”, ou seja, até sabem ler, mas não conseguem entender aquilo que leram. Acabam sendo ludibriados pelos espertos mundo afora, por não possuírem noção ou interpretação de simples texto lido e quase sempre pela falta de hábito da leitura.
Voltando ao “Pepe” Mujica, ele nos deixou exemplos de como é possível ser um político que se importa com o povo de verdade. Talvez, pelo que sofreu na pele. Nunca foi acusado de corrupção e sempre viveu em uma chácara próximo à capital Montevideo, indo ao palácio de Governo em seu Fusquinha durante e após seu mandado presidencial de 2010 a 2015. Viveu a essência de um governo de esquerda sem aqueles acréscimos ideológicos que pode impregnar uma eterna disputa entre esquerda e direita, deixando de realizar o mais importante para o povo que tanto precisa.
Certa vez numa entrevista em 2023 publicada na “Revista Veja”, “Pepe” Mujica disse: “Sou um líder socialista. Eu obrigaria todo o pessoal de confiança a colocar 5% a 10% para um fundo para fazer casas para os pobres. Eu colocava 80% do meu salário de presidente. Não fazia isso para me mostrar aos outros, mas para ter o direito moral de falar aos ricos que façam algo. Você tem de dar primeiro passo”.
Uma frase muito conhecida diz: “A leitura alimenta a mente e a alma”. Destaca os benefícios da leitura para o desenvolvimento intelectual e emocional. Ela atualiza informações adquiridas ao longo do tempo, não parando na época da última leitura e, logo, deixa a pessoa bem atualizada sem ficar à mercê de enrolações pelos espertalhões.
Outras duas frases do tempo dos avós ou dos pais, diz: “Ler é uma janela para o mundo.”, enfatizando o quanto a leitura pode ser uma forma de expandir horizontes e conhecer diferentes culturas e perspectivas. E, também, “O saber não ocupa lugar”. Que vale tanto para o estudo quando para o ler no dia a dia. Nada ocupará lugar de outra coisa e nem será desperdício de tempo ou mesmo recursos, pois algum dia será utilizado, seja quando for.
Um provérbio popular menciona: “Pra quem sabe ler, pingo é letra”. Mas quem sabe, mas não lê, o que dizer? Pode nem conseguir dar esses “pingos” aparentemente fáceis de se dar nas letras por fala de conhecimento de mundo. Daí a real necessidade da leitura para uma vida mais completa, feliz e de conhecimento elevado e preparação para os desafios diários.
Então, nós que não estamos presos como o “Pepe” Mujica e nem proibidos de ler livros ou qualquer local onde tiver letras, o que vamos fazer? Escolher ler e conhecer cada vez mais ou agir como se estivéssemos numa prisão com proibição de tocar num livro?
Leia sempre, e abaixo à ignorância de todos!
Um forte abraço do Rofa!