
(Foto Ilustrativa)
Que o mundo repense suas atitudes para que se tornem mais sólidas e não tão líquidas como as atuais, para o bem de si mesmo e de todos à sua volta e da sociedade em geral
O título da crônica pode parecer um tanto pesado por utilizar o termo “jaz”, que é uma forma conjugada do verbo “jazer” na terceira pessoa do singular do presente do indicativo, significando “está deitado”, “está morto” ou “está sepultado”. É frequentemente usado em contextos fúnebres, como em lápides, onde a expressão “aqui jaz” indica que uma pessoa ali sepultada está morta. Assim, quando falamos acima, quer dizer que o mundo “está sepultado, deitado ou morto” pelas atitudes líquidas e não sólidas.
Mas como assim? Por que isso? Algo que parece ser até mais comum pode estar em desuso ou sendo usado para outro lado, deixando de ser ajuda para ser uma maldade ou se transformando em atitude ruim.
O conceito de “mundo líquido” ou “modernidade líquida”, popularizado pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman, descreve uma sociedade caracterizada pela fluidez, instabilidade e falta de referências sólidas. Nesse contexto, as relações sociais, as instituições e até mesmo as identidades individuais tornam-se mais efêmeras e menos duradouras.
As principais características dessa “modernidade líquida”, segundo Bauman:
. Fluidez e instabilidade: As estruturas sociais, antes consideradas sólidas, tornam-se mais flexíveis e sujeitas a mudanças constantes.
. Individualismo: A ênfase na individualidade e no consumo leva a uma atomização social, onde os laços comunitários são enfraquecidos.
. Precarização do trabalho: O mercado de trabalho se torna mais flexível e instável, com contratos temporários e falta de segurança para os trabalhadores.
. Relações pessoais efêmeras: As relações amorosas, amizades e laços familiares se tornam mais frágeis e menos duradouras, caracterizadas pela busca por satisfação imediata e pelo medo da intimidade.
. Consumo excessivo: A sociedade de consumo promove uma busca incessante por novos produtos e experiências, alimentando a ideia de que a felicidade está ligada à posse de bens materiais.
Assim temos as implicações da modernidade líquida: angústia e insegurança como a falta de referências sólidas e a pressão por resultados individuais podem gerar ansiedade, incerteza e uma sensação de impotência e dificuldade em construir laços duradouros.
Em resumo, a “modernidade líquida”, segundo Bauman, é um conceito que busca explicar as transformações sociais, culturais e individuais em um mundo cada vez mais volátil e incerto, onde a fluidez e a ausência de referências sólidas se tornam características marcantes.
“Vivemos tempos líquidos. Nada é para durar”, diz Bauman. E não parece uma realidade que nada mais dura como antes? E vai de tudo: casamento, emprego, amizades, ente outros.
Bauman: “Os tempos são líquidos porque, assim como a água, tudo muda muito rapidamente. Na sociedade contemporânea, nada é feito para durar”. E, não é? De bens a relações emocionais, tudo parece relâmpago e temporário.
“Esquecemos o amor, a amizade, os sentimentos, o trabalho bem-feito. O que se consome, o que se compra, são apenas sedativos morais que tranquilizam seus escrúpulos éticos”, sentencia Zygmunt Bauman. Tudo parece preencher uma necessidade momentânea e não duradoura em nossa vida. E, depois, o vazio toma conta novamente e começa tudo de novo, a procura de algo que supra aquele estado de ausência e assim por diante.
O mundo está “líquido” porque não há nada mais “sólido” do que os sentimentos do amor ao próximo e nem o se importar com o outro que tem estado bem distante da realidade das pessoas.
E que o mundo repense suas atitudes para que se tornem mais sólidas e não tão líquidas como as atuais, para o bem de si mesmo e de todos à sua volta e da sociedade em geral. O que fará um bem coletivo e não somente individual.
Um forte abraço do Rofa!