
(Foto: Reprodução/Proclamação da República de Benedito Calixto 1893 )
Que o Brasil proclame todos os dias, de alto e bom som a República, a democracia, para o seu próprio bem e não apenas aceitar o que vem pela frente com crimes e desmandos dos governantes ou de quem pensa em ser eleito, fazendo até o que não pode pela sua sede de poder
“Proclamar” significa “declarar publicamente em voz alta e com solenidade; anunciar; declaração enfaticamente; afirmar”.
A Proclamação da República é celebrada no dia 15 de novembro que, em 2025, completa 136 anos. Esse termo se refere ao evento histórico que encerrou o período monárquico no Brasil e instaurou o regime republicano, que vigora desde então. A monarquia foi derrubada por um golpe militar liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, que se tornou o primeiro presidente do Brasil. O Brasil deixou de ser uma monarquia hereditária e se tornou uma república, onde o chefe de Estado é eleito pelo povo (direta ou seletiva).
O país se encontra no período da Nova República, que se iniciou em 1985. A República não é proclamada continuamente, mas o regime republicano se mantém como a forma de governo do país, através da eleição direta. Muitos políticos, após as eleições, esquecem o que prometeram e governam para si mesmos ou para seu grupo, ignorando os anseios e necessidades do povo.
Marechal Deodoro da Fonseca disse, certa vez, antes desse evento que ajudou efetivamente a implementar: “República no Brasil é uma coisa impossível porque será uma verdadeira desgraça”. Será que ele estava certo? Mas a Monarquia também não era um regime de governo meio antipopular?
Existem outras frases atribuídas ao “patriarca da República”: “Digam ao povo que a República está feita"; “Se mal com ela, ruim sem ela”, embora a última tenha sido dita antes de seu envolvimento na Proclamação da República. Ele, também, é conhecido por ter dito: “Até ontem, a nossa missão era fundar a República; hoje, o nosso supremo poder perante a Pátria e o mundo é conservá-la e engrandecê-la”. Lindas palavras e necessárias até hoje.
Uma outra citação até mesmo pitoresca sobre o tema, creditada a Eça de Queiroz, autor português de “Os Maias”: “Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão”. Tem tudo a ver com a importância de alternância de poder que ocorre, justamente numa eleição, que, na República, acontece pela democracia existente. Caso contrário mais parece uma ditadura, como em alguns países que até mesmo maquiam decisão democrática, mas manipulam para continuar no poder.
O físico alemão, Albert Einstein, em sua obra “Como vejo o mundo” (2011), disse: “O meu ideal político é a democracia, para que todo o homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado”. Como é importante que os políticos sejam eleitos, governem, passem o cargo para outros, mas não sejam “idolatrados pelo povo”, pois, afinal, fizeram mais do que sua obrigação ou não porque foram eleitos.
Winston Churchill, primeiro-ministro britânico, alertou, certa vez: “A democracia é o pior dos regimes políticos, mas não há nenhum sistema melhor que ela”. Para quem acha que outra forma é o melhor de governar, pode ter certeza que não. Se a democracia não é perfeita, pelo menos o povo elege seus governantes, o que não ocorre numa ditadura, monarquia ou outro regime antidemocrático. Ainda que, no Brasil, tenha todas as suas falhas e tendenciosa obsessão em eleger muitos que não prestam.
Abraham Lincoln, presidente americano, disse algo que parece utópico, inatingível, mas que é a mais pura essência da verdade: “A democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo”. Como seria bom que os políticos assim agissem para o bem do coletivo e não somente para quem o elegeu ou financiou suas campanhas.
Que o Brasil proclame todos os dias, de alto e bom som a República, a democracia, para o seu próprio bem e não apenas aceitar o que vem pela frente com crimes e desmandos dos governantes ou de quem pensa em ser eleito, fazendo até o que não pode pela sua sede de poder.
Um forte abraço do Rofa!

